quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Estoque de fator VIII recombinante só vai até fevereiro de 2018, diz documento

Ata de reunião do conselho administrativo da Hemobras alerta para urgência de Shire desabastecimento

Hemobras, por meio da Shire, fornece fator VIII recombinante para o País / Foto: Guga Matos/JC Imagem
Hemobras, por meio da Shire, fornece fator VIII recombinante para o País
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Da Editoria de Economia

O País só tem estoque de fator VIII recombinante até o dia 15 de fevereiro do próximo ano. É isso que mostra ata da 7ª reunião do Conselho Administrativo da Empresa Brasileira de Hemoderivados (Hemobras) – que é responsável pelo fornecimento do produto em parceria com a empresa irlandesa Shire – realizada em agosto deste ano.


A deputada estadual Priscila Krause (DEM) divulgou o documento, ontem, durante sessão da Alepe. Na reunião, o conselho administrativo alertou sobre a urgência das negociações com a Shire, já que a Parceria para Desenvolvimento Produtivo (PDP) que ela tem com a Hemobras está sendo analisada, por causa do “risco de vida para milhares de pessoas, caso venha a faltar o medicamento”.
A deputada afirma que vai entrar com pedido de acesso à informação para obter mais detalhes sobre a situação.
Atualmente, o Ministério da Saúde está realizando processo licitatório para compra de unidades suficientes para abastecer o País por seis meses em 2018. É uma salvaguarda enquanto o órgão analisa a PDP entre a Shire e a Hemobras. Segundo o presidente da Shire no Brasil, Ricardo Ogawa, há risco de desabastecimento do produto porque o processo de produção pode levar até quatro meses e os laboratórios concorrentes não vão conseguir entregar o produto antes do fim do estoque, em fevereiro. Na última segunda-feira, foi realizada audiência pública sobre a compra por licitação, em Brasília.

COMPRA

O Ministério da Saúde afirma que há dois processos de compra do fator em curso. O primeiro, junto à Hemobras e a Shire, aguarda análise das condições técnicas para o cumprimento das exigências normativas necessárias para continuidade do PDP, diz a nota enviada pelo ministério.
Para evitar o desabastecimento, a pasta iniciou compra por licitação para abastecimento por seis meses. Caso haja parecer positivo sobre a PDP, a compra poderá ser interrompida a qualquer momento, garante o ministério. O órgão afirma que, embora os laboratórios participantes da audiência pública, na segunda, tenham questionado a data de entrega, não apontaram inviabilidade em atender à demanda.

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