Superlotação suspende atendimento em maternidade do Recife
Por TV Jornal
TV Jornal / Reprodução
Imagine entrar em trabalho de parto deitada em um colchão, no piso da maternidade. Esta é a realidade de muitas pacientes do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. Parentes das mães que dão à luz no local reclamam que a situação dentro do Cisam é caótica devido à superlotação.
A grande demanda fez com que a unidade de saúde suspendesse, desde quarta-feira (12), o atendimento de gestantes encaminhadas por outras unidades. Um homem, que preferiu não se identificar, comentou que a esposa dele passou mais de 12 horas para conseguir um leito. "Ela chegou aqui às 8h da terça (11) com 5 cm de dilatação, fez todas as triagens e só conseguiu dar à luz às 23h", comentou.
Já a esposa do balconista Paulo Lima aguarda um leito na enfermaria desde segunda-feira (10). Enquanto isso, ela segue internada na sala de recuperação. "A gente fala com alguém aqui, eles dizem que está superlotado. E é? Por que não faz mais Cisam? Dinheiro tem. A gente só vê ladrão (em referência aos políticos corruptos) roubando, roubando, roubando, e quem paga a conta somos nós", desabafou.
A reportagem teve acesso apenas à área de triagem do Cisam. No espaço, várias gestantes esperam para ter o primeiro atendimento, mas, de acordo com o diretor do hospital, Olímpio de Morais Filho, desde a suspensão a situação na unidade ficou mais tranquila. "Isso (a suspensão) melhora, mas não resolve completamente porque existe uma demanda espontânea. Eu tô com uma superlotação muito maior do que é possível comportar", afirmou.
Esclarecimentos
A Universidade de Pernambuco, responsável pela gestão, esclarece que o Cisam é um hospital especializado e de referência no atendimento de gestantes de alto risco. Porém, a unidade acaba sendo procurada pelas gestantes em geral o que ocasiona a superlotação.
Já a Secretaria de Saúde do Estado informou que vem dialogando com gestores municipais sobre o fortalecimento da rede de atenção materno infantil para que o número de partos e tratamentos pré-natais sejam melhor distribuídos entre a rede estadual e dos municípios, a fim de evitar esse tipo de problema.
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