Após maus-tratos, idosos são transferidos de abrigo no Grande Recife

O abrigo havia sido interditado há cerca de um mês para readequação, no entanto, não cumpriu as determinações exigidas

Dentre os idosos que recebiam atendimento no abrigo, 16 foram removidos para outros centros de atendimento, dois foram encaminhados para hospitais psiquiátricos e um voltou para casa

Foto: Divulgação/SEDH

JC Online

Pelo menos 19 idosos foram transferidos de um abrigo nesta terça-feira (13), na Região Metropolitana do Recife (RMR), após denúncias enviadas ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A ação foi realizada nesta manhã para o encerramento definitivo das atividades da Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) no bairro do Desterro, em Abreu e Lima.

O abrigo havia sido interditado há cerca de um mês para readequação, no entanto, não cumpriu as determinações exigidas. A medida de fechamento do lar de idosos foi tomada em consequência do descumprimento da primeira ação de fiscalização. A Secretaria Executiva de Direitos Humanos (SEDH) informou que na ação anterior foram detectados crimes de maus-tratos, violação de direitos, abandono pela própria família e situação sugestiva de sequestro e cárcere privado.

De acordo com a coordenadora do Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (Ciappi), Sandra Jucá, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) detectou uso de alimentos e medicamentos vencidos pelo abrigo e quantidade insuficiente de suprimentos adequados para os idosos.

Além disso o Programa de Proteção de Defesa do Consumidor (Procon-PE) identificou subtração dos documentos e cartões de benefício desses idosos. "A partir de agora eles serão monitorados e aos poucos levados para os seus familiares", comentou a coordenadora.

Dentre os idosos que recebiam atendimento no abrigo, 16 foram removidos para outros centros de atendimento, dois foram encaminhados para hospitais psiquiátricos e um voltou para casa.

Primeira interdição

A instituição de Abreu e Lima foi interditada inicialmente em maio deste ano. Várias irregularidades foram encontradas no local como ausência do atestado do Corpo de Bombeiros, instalações inadequadas, falta de ventilação e alimentos vencidos.

Também foram verificadas falhas nas iluminações de emergência e o abrigo funcionava com extintores vencidos. Várias outras denúncias foram comprovadas, como falta de acompanhamento nutricional e deficiência no atendimento médico e serviços de enfermagem.