domingo, 1 de outubro de 2017

Inquérito apura impacto das obras da Vila Naval em Olinda

Polêmica envolvendo Vila Naval ganhou novo capítulo após Ministério Público pedir análise do projeto

Plano permite derrubada de casas e construção de edifícios margeando o estuário / Sérgio Bernardo/JC Imagem
Plano permite derrubada de casas e construção de edifícios margeando o estuário
Sérgio Bernardo/JC Imagem
Da Editoria de Cidades

A polêmica que envolve o projeto da Vila Naval em Santo Amaro, área Central do Recife, ganhou um novo capítulo. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou nessa sexta (29) um inquérito civil para apurar os possíveis impactos da obra em Olinda, município vizinho. O parecer da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Olinda é assinado pela promotora de justiça Belize Câmara.
O documento solicita que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) analise o projeto, já que a área é vizinha ao Forte do Buraco, localizado atrás da Escola de Aprendizes Marinheiros e da Vila Naval, na Praia do Istmo. As ruínas da construção são tombadas desde 2005.
Além disso, a promotoria solicitou que o Iphan informe acerca da necessidade de avaliação de impactos ambientais e urbanísticos para a elaboração do plano, em relação à paisagem e à Colina Histórica do município.  À Secretaria de Planejamento Urbano do Recife e ao Instituto Pelópidas Silveira, o MPPE questiona se foram feitas avaliações no que diz respeito a tais impactos e se o plano contempla as áreas da Zeis Santo Amaro, da Fábrica Tacaruna e da Vila Naval, ou somente da última.

Para a promotora, a urbanização do Recife pode colocar em risco a condição de patrimônio histórico de Olinda. “Antes de o município receber o título, o Icomos (International Council on Monuments and Sites) emitiu um parecer sugerindo que o tombamento esperasse até que informações sobre o processo de urbanização do Recife fossem fornecidas, porque poderia ameaçar Olinda. A Unesco ignorou a sugestão e deferiu o pedido, tornando o município patrimônio da humanidade”, explicou. Segundo ela, os órgãos possuem um prazo de 15 a 20 dias para apresentar os documentos.
Até 9 de outubro, é possível apresentar sugestões para o plano, através do e-mail icps@recife.pe.gov.br. O prazo, que estava previsto para 8 de setembro, foi prorrogado após pedido do MPPE, afim de amadurecer as discussões sobre o projeto. O plano apresentado pela prefeitura em agosto compreende uma área de cerca de 110 hectares, com pelo menos 1.782 moradias. O projeto pode ser consultado no www.conselhodacidade.recife.pe.gov.br.

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