Pastor acusado de estupro ‘corretivo’ de jovem é julgado

Julgamento acontece a partir das 15h45, na 3ª Vara Criminal de Olinda

A comunidade evangélica já preparou cartazes para protestar em frente ao Fórum de Olinda

Foto: Divulgação

Da Editoria de Cidades

Acontece nesta quinta-feira (24/8) o julgamento de um pastor de uma igreja Batista de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, acusado de estuprar uma adolescente em dezembro de 2015. A vítima faria parte da mesma igreja do líder evangélico e teria sido abusada sexualmente, segundo relatou, para “testar se ela gostava de meninos ou de meninas”. Durante o ato, também de acordo com a vítima, o pastor teria feito declarações de cunho homofóbico. A audiência de instrução e julgamento acontece na 3ª Vara Criminal de Olinda, no fórum da cidade, à partir das 15h45.

A VÍTIMA FARIA PARTE DA MESMA IGREJA DO LÍDER EVANGÉLICO E TERIA SIDO ABUSADA SEXUALMENTE, SEGUNDO RELATOU, PARA “TESTAR SE ELA GOSTAVA DE MENINOS OU DE MENINAS”

A comunidade evangélica e entidades sociais, a exemplo da Organização Diaconia e o Fórum de Mulheres Cristãs, vão realizar um protesto em frente ao Fórum de Olinda. Estarão presentes com faixas e cartazes solicitando à Justiça que o crime não fique impune. O nome do acusado está sendo mantido em sigilo porque o caso corre em segredo de justiça. A 3ª Vara Criminal de Olinda confirmou o julgamento e, via assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, não autorizou a divulgação de informações que possam indicar o réu e a vítima, de menor na época do crime.

A jovem foi violentada em sua própria residência. Segundo informações repassadas à Polícia Civil, o acusado se utilizou do pretexto de visitá-la para informar sobre os projetos da igreja. Após alguns meses do ocorrido, a família resolveu denunciar o caso ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O processo foi aberto e o caso levado à Justiça. Desde então, a vítima tem sido hostilizada por vizinhos, conhecidos e fiéis da igreja da qual faz parte.

Intimidação

Segundo informações da Diaconia, obtidas com o MPPE, em março deste ano a vítima passou a ser intimidada pelo agressor com ligações e até mesmo fisicamente, quando o mesmo tentou jogar o carro sobre ela em via pública. Por esta razão, o acusado foi preso preventivamente, mas ficou em reclusão apenas 15 dias (17 de julho a 2 de agosto), sendo solto por meio de um habeas corpus concedido pelo TJPE.