quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Câmara aprova de forma simbólica fim de discussão sobre metas

O fim da discussão - para que se proceda à votação - ainda precisa ser referendado pelo Senado

Partidos da base aliada do governo encaminharam pelo encerramento dos debates / Foto: ABr
Partidos da base aliada do governo encaminharam pelo encerramento dos debates
Foto: ABr
Estadão Conteúdo

A Câmara dos Deputados aprovou de forma simbólica o requerimento para encerrar a discussão sobre a proposta que altera as metas fiscais de 2017 e 2018. Após a proclamação do resultado pelo presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), a oposição pediu a reversão porque não houve tempo para o encaminhamento desta votação. Eunício negou o pedido.


O fim da discussão - para que se proceda à votação - ainda precisa ser referendado pelo Senado. Houve pedido de verificação, e essa votação está sendo feita de forma nominal. Partidos da base aliada do governo encaminharam pelo encerramento dos debates. O resultado ainda não foi anunciado.

Negociação com Jarbas para abrigar FBC no PMDB

Uma operação está sendo costurada pelo comando nacional do PMDB para tentar abrigar o senador Fernando Bezerra Coelho

PMDB teria melhores condições políticas de receber FBC e seu grupo que o DEM / Helder Tavares/Assessoria
PMDB teria melhores condições políticas de receber FBC e seu grupo que o DEM
Helder Tavares/Assessoria
JC Online

Uma operação está sendo costurada pelo comando nacional do PMDB para tentar abrigar o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e seu grupo político no diretório peemedebista de Pernambuco. A movimentação já teria sido tratada com o deputado Jarbas Vasconcelos, principal expoente do PMDB-PE, numa tentativa de abrigar os insatisfeitos do PSB, informou à reportagem ontem um parlamentar que teve acesso a informações da negociação e que pediu anonimato.
Segundo este mesmo parlamentar, a ideia que chegou a Jarbas é o PMDB-PE abrigar Fernando Bezerra Coelho e seu grupo sem, contudo, o ex-governador e o vice-governador Raul Henry, presidente estadual da sigla, serem alijados do comando do diretório estadual.


Nas tratativas estariam também a candidatura de Jarbas a senador e o futuro da aliança com o PSB. Seria assegurada a Jarbas a postulação majoritária, mas não pela Frente Popular e sim pelo bloco de oposição que está se formando, reunindo PTB, PSDB, DEM, PPS e insatisfeitos do PSB – o que seria praticamente a reedição da antiga União Por Pernambuco, aliança que governou o Estado junto com Jarbas entre 1999 e 2006.

PMDB, PSB, PT

A justificativa para esse descolamento do PMDB do PSB seria a reaproximação dos socialistas com o PT, fato que é negado em público por lideranças socialistas, mas é reforçada pela afinidade programática e política demonstrada pelos dois partidos com a agenda de reformas do governo Temer.
Nesta quarta (30), a assessoria do presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), negou que esteja em curso uma intervenção no diretório peemedebista em Pernambuco. Mas lideranças nacionais do PMDB admitem que nesse impasse entre os Coelhos e o PSB o partido teria melhores condições políticas de receber FBC e seu grupo que o DEM, outra legenda que corteja os insatisfeitos do PSB.

Homem sofre tentativa de homicídio em Lagoa de Itaenga

Vítima foi encaminhada para o Hospital da Restauração

Crime aconteceu na zona rural de Lagoa de Itaenga, na Mata Norte / Foto: Reprodução / Google Maps
Crime aconteceu na zona rural de Lagoa de Itaenga, na Mata Norte
Foto: Reprodução / Google Maps
JC Online
Com informações da TV Jornal
Um homem foi vítima de uma tentativa de assassinato nesta quarta-feira (30) em Lagoa de Itaenga, Mata Norte de Pernambuco. Ele levou vários tiros nas pernas e na região da cintura. A vítima foi encaminhada para um hospital local e, posteriormente, para o Hospital da Restauração (HR).


Ocorrência

Carlos André do Amaral, 35 anos, chegou ao HR consciente e informou no Posto Policial que estava caminhando por uma estrada na localidade de Vargem, zona rural de Lagoa de Itaenga. Três homens o abordaram e efetuaram os disparos. Carlos é ex-presidiário pelos crimes de homicídio e roubo. Seu estado de saúde é estável. Ainda não há pistas dos suspeitos de atirarem nele

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Carros oficiais entram na mira dos cortes do governo

A proposta em análise pela área econômica é restringir o benefício ao presidente da República, ao vice-presidente e aos ministros de Estado, entre outros - um grupo que não ultrapassaria 50 pessoas

A quantidade de autoridades com direito a carro com motorista cresceu muito a partir da década de 70. Só secretários de Estados são cerca de 170 em Brasília / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A quantidade de autoridades com direito a carro com motorista cresceu muito a partir da década de 70. Só secretários de Estados são cerca de 170 em Brasília
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Estadão Conteúdo

Para tentar mostrar que está realmente empenhado em reduzir gastos, o governo estuda reduzir drasticamente o uso de um dos símbolos dos privilégios públicos: o carro oficial. Hoje, cerca de mil autoridades apenas do Poder Executivo fazem jus à regalia em todo o País, a um custo anual de R$ 150 milhões.
A proposta em análise pela área econômica é restringir o benefício ao presidente da República, ao vice-presidente e aos ministros de Estado, entre outros - um grupo que não ultrapassaria 50 pessoas. O corte abrange só dirigentes do governo federal, já que o Executivo não pode propor medidas para outros Poderes.
A medida não tem grande impacto fiscal diante da magnitude do déficit fiscal (a previsão é de saldo negativo de R$ 159 bilhões em 2017 e 2018), mas será emblemática para indicar o esforço de redução de privilégios no setor público.
O secretário executivo adjunto do Ministério do Planejamento, Rodrigo Toledo Cota, confirmou ao Estadão/Broadcast que a medida está em análise. Mas ele ponderou que há um problema de segurança a ser resolvido, já que muitos secretários precisam ter acesso a áreas em que só é possível entrar com carro credenciado. Ele ressaltou que há autoridades que realmente precisam ter mais segurança, porque estão mais expostas. "A economia que uma mudança desse tipo pode gerar não é significativa, mas é questão de racionalização da máquina", disse.
Segundo o economista Gil Castelo Branco, secretário-geral da ONG Contas Abertas, a União (os três Poderes, incluindo militares) gastou em 2016 R$ 1,687 bilhão com veículos, mais que as despesas pagas por todo o Ministério do Turismo, R$ 963 milhões. "Essa medida é emblemática, ao reduzir privilégios e mordomias de autoridades neste momento de crise", afirmou. "É preciso acabar com essa herança colonial e patrimonialista do Brasil."

Cortes

Sem apoio do Congresso para elevar impostos e reforçar o caixa, a equipe econômica vem sendo obrigada a lançar mão de medidas de redução de custeio com a máquina e economia de gastos com o funcionalismo, como congelamento de salários, corte nos auxílios e teto salarial do servidor sem a possibilidade dos chamados "penduricalhos", como auxílio-moradia, auxílio-creche e remuneração por participação em conselhos de empresas públicas.
Mas tem enfrentado grande resistência para reduzir os privilégios. Depois de duas semanas do anúncio de um pacote de redução de gastos com a folha de pessoal junto com a revisão das metas fiscais de 2017 e 2018, nem todas as medidas foram encaminhadas ao Congresso e o presidente Michel Temer já sinalizou que pode rever uma delas - a que evita o aumento da tributação para os exportadores no programa Reintegra. Outro problema: os militares têm conseguido ficar de fora do alcance da tesoura da equipe econômica.
A quantidade de autoridades com direito a carro com motorista cresceu muito a partir da década de 70. Só secretários de Estados são cerca de 170 em Brasília. Dirigentes de autarquias e institutos federais, como reitores de universidades, também usam carros oficiais.
Segundo o Planejamento, os carros estão em situações variadas. Alguns são próprios do órgão, outros são alugados. A maior parte dos motoristas é terceirizada, alguns poucos são servidores públicos.

Correios atrasam entrega de encomendas

Alguns consumidores reclamam de atrasos de até 30 dias nas entregas

Argemiro está sem usar o carro porque o kit de embreagem que comprou pela internet ainda não chegou / Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Argemiro está sem usar o carro porque o kit de embreagem que comprou pela internet ainda não chegou
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
JC Online

Consumidores reclamam de atrasos de até um mês na entrega de encomendas feita pelos Correios. O JC apurou que problemas na máquina de triagem estariam causando o encalhe de cerca de 60 mil itens.


No Centro de Cartas e Encomendas do Bongi, na Zona Oeste do Recife, é frequente a procura de consumidores por informações sobre objetos atrasados. O militar Argemiro Marinho dos Santos está sem usar o carro porque o kit de embreagem que comprou pela internet ainda não chegou. A entrega estava prevista para os dias 7 ou 9 deste mês. “O custo-benefício da compra pela internet era melhor, o frete era grátis. Os Correios dizem que tem muita encomenda”, disse.
Já a estudante Lenita da Silva Lima, 19 anos, está esperando a entrega de uma coroa para o seu casamento, marcado para dezembro. O adereço chegou no centro no dia 31 de julho e, até agora, não foi entregue. “Eu paguei pelo serviço de entrega mais rápido. Me disseram que eu tenho que esperar em casa”, explicou Lenita.
Em resposta, os Correios afirmam que atrasos na entrega de objetos são fatos eventuais e precisam ser analisados um a um. A estatal garante que está realizando esforços para aprimorar os processos de tratamento e distribuição da carga. A máquina de tratamento de encomendas, por exemplo, está sendo atualizada para ampliar a capacidade de tratamento de objetos por hora.

Além disso, os Correios dizem que são realizados mutirões nos fins de semana para aumentar os escoamentos das cargas.
A empresa recomenda a todos os clientes que, antes de se dirigirem ao Centro de Entrega, verifiquem por meio do site dos Correios, no endereço www.correios.com.br, ou por meio da Central de Atendimento ao Cliente (3003-0100 capital e região metropolitana e 0800-725-7282 demais localidades), se o objeto ainda está no prazo para ser entregue na residência.
O problema não é novidade. A estatal enfrenta crise. Ano passado, teve prejuízo de R$ 2 bilhões. Para sair dessa situação, aposta em outros serviços, como telecomunicação. A empresa detém o monopólio do serviço postal no País e, por isso, não entrou no Programa de Parcerias de Investimento (PPI).
Os consumidores que estão sendo prejudicados com o atraso podem procurar o Procon. “Se o atraso da encomenda trouxer um prejuízo da ordem material e moral, pode recorrer ao judiciário para buscar indenização”, alerta o gerente de fiscalização do Procon estadual, Roberto Campos. O telefone do órgão é 0800-2811-311.

Comerciantes do Cais de Santa Rita em contagem regressiva

Após três anos e meio de obras, o primeiro módulo do Cais vai ser entregue em setembro

Segundo módulo do Cais de Santa Rita está em obras / Léo Motta/JC Imagem
Segundo módulo do Cais de Santa Rita está em obras
Léo Motta/JC Imagem
Cidades

Trinta e oito dos mais de 400 comerciantes que aguardam a conclusão das obras do Cais de Santa Rita, no Centro do Recife, há três anos e meio, fazem contagem regressiva. Eles serão os desbravadores do novo espaço, que terá a primeira etapa inaugurada em setembro, com uma das três praças de alimentação previstas para o local. E para explorar o negócio de forma mais profissional, passaram por cursos de segurança alimentar, marketing de vendas, marketing pessoal e gestão financeira.


Foram 16 horas/aula, onde receberam noções de cuidados de higiene na manipulação de alimentos; de como tratar o cliente; de cálculo de preços e controle de estoque, entre outras questões. As aulas aconteceram, gratuitamente, no Centro Universitário Joaquim Nabuco, na Avenida Guararapes, Centro, por meio de parceria com a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc).

GALERIA DE IMAGENS

Segundo módulo do Cais de Santa Rita em obras
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Próximas

“Eu já fiz esse curso antes, mas é bom refrescar a memória, abrir a cabeça. Se pudesse, estudava todo dia”, afirmou a comerciante Severina Maria de Souza, de 63 anos (conhecida como dona Lúcia), durante a última aula, na quarta-feira passada. Há 32 anos fornecendo almoço no Cais, ela é uma das que resistiu à espera trabalhando em condições de improviso e degradação do ambiente, durante todo o tempo da obra.“Agora são só dias”, comemorou.
O curso teve presença maciça dos comerciantes do primeiro módulo. “É bom que a gente vai se aperfeiçoando mais, no atendimento, na limpeza. Foi muito tempo de espera, mas acho que agora chegou a hora”, declarou Jorge Roberto dos Santos, 53, há dez no Cais. “Eu vendo alimentos, mas nesse tempo de obra fiquei trabalhando no estacionamento”.

“Queremos que não apenas o espaço seja novo, mas que os comerciantes também tenham uma melhor qualidade no atendimento e no gerenciamento de seu negócio”, esclareceu a gerente de Planejamento da Semoc, Simone Murua, explicando que o curso foi modelado com base nas necessidades apresentadas pelo grupo. “Temos uma atuação de responsabilidade social grande e muito voltada para o empreendedorismo, então estamos muito felizes em participar desse projeto do Cais”, observou o vice-reitor da faculdade, Leonardo Estevam.

OUTRAS ETAPAS

Conforme Simone, os outros comerciantes que vão trabalhar no Cais também passarão pela capacitação, quando a data de inauguração dos próximos módulos for definida. E novos cursos deverão ser pensados para todos, periodicamente. Nas outras duas etapas, serão 390 bancas e boxes de roupas, feira de frutas e verduras, fiteiros, estivas e alimentos como grãos, charque e frios em geral. Paralelamente, também deve ser inaugurado o anexo do Mercado de São José, que vai abrigar 110 comerciantes de ervas medicinais no entorno do mercado.
Para os que aguardam a sua vez, a inauguração do primeiro módulo se transforma em esperança. “Agora eu estou botando fé que sai. Vai ser muito melhor para a gente, tudo organizado, isso aqui estava uma favela. Já esperamos muito, vamos esperar mais um pouco”, falou Adeilton Sebastião da Silva, 58, que atua há 25 anos com fiteiro no local.
O secretário de Mobilidade, João Braga, afirma que embora as obras do segundo módulo estejam adiantadas ainda faltam adquirir as bancas. “A obra ainda deve prosseguir até o primeiro semestre do ano que vem. E representa uma grande mudança para aquela região. Devemos ter uma participação mais ativa da Polícia Militar na segurança e também da guarda municipal”, informou.

Desembargador aposentado do TRF5 é alvo de operação da Polícia Federal

Desembargador teria participado de esquema de compra e venda de votos para atuar na análise de habeas corpus no TRF5 em 2012

Desembargador teria participado de esquema dentro do TRF5 / Foto: Reprodução
Desembargador teria participado de esquema dentro do TRF5
Foto: Reprodução
JC Online

Atualizada às 09h46
Um desembargador aposentado é o principal alvo de uma operação do Ministério Público Federal (MPF) em parceria com a Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (30) no Rio Grande do Norte e em Pernambuco. Denominada "Alcmeón", a operação deve cumprir dois mandados de prisão, oito de condução coercitiva e 13 de busca e apreensão nos dois Estados, em investigações ligadas a fraudes no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), sediado no Recife.
De acordo com a Polícia Federal, as medidas foram determinadas pelas 2ª e 14º varas federais do Rio Grande do Norte e estão ligadas a dois inquéritos diferentes. O primeiro se trata de uma investigação de compra e venda de votos de dois desembargadores federais para as análises de um habeas corpus e de um mandado de segurança julgados pelo TRF5 em 2012. Os casos foram julgados na Operação Pecado Capital que investigou esquema de desvio de recursos repassados pelo Inmetro ao Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (Ipem-RN).


Entre os dois desembargadores, um faleceu e o outro está aposentado. Os crimes teriam envolvido ainda advogados e um assessor no processo de repasses de valores em espécie e através de transferências bancárias. O nome da operação faz referência a um personagem da mitologia grega e está relacionado à traição e quebra de confiança.

"Exploração de prestígio"

O desembargador que não teve o nome identificado também é investigado por uma possível "exploração de prestígio" no TRF5 entre 2015 e 2017. O desembargador teria pedido propina para influenciar outros magistrados em outros casos, como na Operação Salt, que investiga um suposto esquema de sonegação fiscal em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Os suspeitos são investigados nos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, exploração de prestígio, falsidade ideológica e associação criminosa.

Operação Alcmeón em Pernambuco

Na manhã desta quarta-feira (30) a Polícia Federal cumpriu, no Recife, um mandado de condução coercitiva contra um servidor público estadual, de 58 anos, ex-assessor do desembargador. Ele reside em Boa Viagem, na zona sul da capital pernambucana. Segundo a Polícia, os dois estavam recebendo vantagens para liberarem presos e bens apreendidos através de sentenças criminais. A estimativa é que os pagamentos giraram em torno de R$ 350 mil. 
Durante depoimento, o servidor prestou esclarecimentos sobre os fatos e foi indiciado pelo crime de corrupção ativa, previsto no artigo 317 do código penal. As penas para esse crime variam dois e oito anos de reclusão. Após o depoimento, o servidor foi liberado e responderá ao inquérito em liberdade.
"No interrogatório ele falou que fazia triagem de alguns processos e também de pessoas que esse ex-desembargador atendia. Ele deu as suas alegações e agora vai ser analisado pela coordenação da operação lá no Rio Grande do Norte", afirmou o assessor de comunicação da Polícia Federal, Giovani Santoro, em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (30). 

domingo, 27 de agosto de 2017

Privatização: o caminho para empreendimentos que nasceram no prejuízo

Mergulhados em denúncias de corrupção, ingerência política e gestão ineficiente, Refinaria e PQS passaram mais tempo em construção do que em funcionamento

Petrobras procura um sócio ou um investidor para assumir a Rnest (foto) / Foto: Guga Matos/ JC Imagem
Petrobras procura um sócio ou um investidor para assumir a Rnest (foto)
Foto: Guga Matos/ JC Imagem
Adriana Guarda e Angela Fernanda Belfort
Em Pernambuco, a privatização será um caminho para fazer andar empreendimentos que já nasceram dando prejuízo, como a Petroquímica Suape (PQS) e a Refinaria Abreu e Lima (Rnest). A mexicana Alpek vai desembolsar R$ 1,2 bilhão para comprar a PQS, enquanto a Petrobras procura um sócio ou um investidor para assumir a Rnest. Mergulhados em denúncias de corrupção, ingerência política e gestão ineficiente, os dois empreendimentos passaram mais tempo em construção do que em funcionamento.

Na Petroquímica, a engenharia financeira desafia a capacidade de economistas e contadores para entender como a empresa conseguiu acumular um prejuízo de R$ 9,5 bilhões, entre 2006 e 2016. A perda é equivalente aos R$ 9 bilhões investidos no complexo, que agora será vendido por um sétimo desse valor. O interesse dos mexicanos no negócio vai evitar o sucateamento de um projeto idealizado para ser o maior complexo químico-têxtil do mundo e que vinha definhando, mas fica o prejuízo aos cofres públicos.

Sem dinheiro em caixa e implementando um programa de desinvestimento, a Petrobras revive a procura por um sócio, como aconteceu no início dos anos 2000. Na época, o ex-presidente Lula comparou os Estados candidatos ao empreendimento como filhos disputando um bife. “Vou dar o bife a quem trouxer um parceiro para colocar dinheiro junto com a Petrobras”, avisou, tendo escolhido a Venezuela então comandada por Hugo Chávez.

“A empresa está sofrendo as consequências de uma escolha mal feita lá atrás. Prevaleceu uma decisão política, ao invés de selecionar um sócio que viesse somar ao empreendimento”, observa o professor de Economia da DeVry|FBV, Bruno Menelau. Depois de custar US$ 18,5 bilhões ao governo federal, a Refinaria corre o risco de ter seu parque de refino funcionando pela metade se não conseguir um parceiro ou um comprador. Seja qual for a solução, mais uma vez ficará o prejuízo, porque nenhum investidor vai pagar pelo negócio a exorbitância do valor investido (uma vez que boa parte foi parar no ralo da corrupção).

ESTATAIS

Empresas do Estado também vão entrar na rota das privatizações. Estão na agulha os processos de desestatização da Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás) e da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), sob a batuta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O BNDES está contratando estudos para indicar a melhor modelagem dos projetos.
Na Copergás, o Estado detém 51% de participação, junto com a Mitsui (24,5%) e a Gaspetro (24,5%). Apesar do bom desempenho da companhia (lucro de R$ 70 milhões em 2016), o governo poderá utilizar o dinheiro da venda para fazer caixa, além de deixar com a iniciativa privada o compromisso de continuar investindo em infraestrutura no setor de gás, focando o investimento público em outras áreas. No caso da Compesa, a expectativa é que a participação privada se dê por meio de uma nova PPP.

Privatização: Pernambuco fará concessão da BR-232

Secretaria estadual de Transportes prepara lançamento do PMI do trecho de 129 quilômetros da BR-232 da saída do Recife até São Caetano, no Agreste

Caso PMI seja bem sucedida, trecho vai passar a ser explorada por concessão / Foto: Acervo JC Imagem
Caso PMI seja bem sucedida, trecho vai passar a ser explorada por concessão
Foto: Acervo JC Imagem
Adriana Guarda e Angela Fernanda Belfort
Enquanto o Estado está preparando duas concessões para melhorar a sua infraestrutura na área de rodovias, Pernambuco até hoje sofre com uma das privatizações mais mal feitas pela União: a do transporte ferroviário que praticamente desapareceu do Estado. A secretaria estadual de Transportes está preparando o lançamento do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) do trecho de 129 quilômetros da BR-232 que vão da saída do Recife até São Caetano, no Agreste. Caso seja bem sucedida, esse trecho vai passar a ser explorada por concessão.

“O PMI deve ser aberto depois que for publicado um decreto criando a comissão que acompanhará essa concessão”, diz o gerente geral de Projetos da Secretaria estadual de Transportes, Luiz Alberto de Araújo. A secretaria vai lançar uma concessão simples para a exploração do arquinho, uma alça viária de 14,4 quilômetros, que começa em Igarassu e vai até o Hospital Miguel Arraes, sem passar pela área engarrafada da BR-101 no centro de Abreu e Lima.

Tanto a BR-232, como o Arco Metropolitano – alça viária de cerca de 80 km ligando o Porto de Suape até a Mata Norte – e a própria BR-101 foram incluídos no Programa de Investimento em Logística (PIL) lançado pela presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015. Os três empreendimentos não saíram do papel porque, entre outras coisas, os estudos mostraram que não havia viabilidade nos moldes desenhados.

DESASTRE

No final da década de 90, o Brasil estava apresentando um crescimento pífio e aí o então presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu privatizar alguns serviços para atrair investimentos privados. Dentro desse leque, foi privatizada a antiga Malha Nordeste que ia da cidade de Propriá, em Sergipe, até São Luiz, capital do Maranhão, totalizando 4.679 quilômetros de ferrovia. Hoje, são operados apenas 1,2 mil quilômetros entre os Estados do Ceará, Piauí e Maranhão, levando cargas para os Portos de Itaqui, no Maranhão, e Mucuripe, no Ceará. O serviço também regrediu na movimentação de cargas. Em 2015, foram transportadas 564,3 milhões de toneladas, menos do que a metade da movimentação antes da privatização.
Dentro dessa concessão, o grande empreendimento desenhado para a região foi a Ferrovia Transnordestina, de 1.752 quilômetros, que iria da cidade de Eliseu Martins, no Piauí, aos portos de Pecém, no Ceará, e o de Suape. A região do Piauí onde a ferrovia começaria tem jazidas de ferro que ao serem exploradas viabilizariam economicamente a ferrovia.
A alta do minério de ferro, que ocorreu em 2010, passou. Já foram empregados R$ 6,2 bilhões na implantação de 600 km que ligam nada a lugar nenhum. E a privatização completou duas décadas em 2017. “Faltou uma atuação mais eficiente da regulação para ou tomar a concessão ou exigir que a empresa melhorasse o serviço”, conta um executivo do setor de transporte, acrescentando que a falta do serviço ferroviário deixou uma parte do Nordeste menos competitivo.

Temer aposta nas concessões para ganhar popularidade

As privatizações fazem parte da tentativa de Temer para conter o rombo no Orçamento

A base aliadas de temer, porém, critica a proposta

 / Foto: Agência Brasil
A base aliadas de temer, porém, critica a proposta
Foto: Agência Brasil
Estadão Contéudo

O pacote de privatizações lançado pelo governo é a aposta do presidente Michel Temer não apenas para tentar conter o rombo no Orçamento e enfrentar a crise econômica, mas também para recuperar popularidade em 2018, ano eleitoral. Pesquisas feitas em redes sociais nos últimos dias, já analisadas pelo núcleo político do Palácio do Planalto, mostraram que, quando o tema privatização é abordado, a aprovação do governo sai de 4% e chega a 15%.


O "salto" ocorre somente nesse caso. Os dois dígitos foram obtidos na segunda-feira, quando o Ministério de Minas e Energia anunciou a venda da Eletrobrás, e se mantiveram com a divulgação de que a Casa da Moeda e o aeroporto de Congonhas estão na lista do que será oferecido à iniciativa privada.
Na avaliação de auxiliares de Temer, as privatizações podem dissipar as desconfianças do mercado sobre os rumos da economia e, de quebra, reaproximar o discurso do governo da sociedade, principalmente da classe média. Desde as delações da JBS, que vieram à tona em maio, levantamentos indicam a deterioração da imagem do presidente.
Foi por isso que os dados obtidos nas redes sociais após o anúncio do plano animaram o Planalto e a cúpula do PMDB. Agora, até mesmo uma pesquisa qualitativa da Fundação Perseu Abramo, braço acadêmico do PT, está sendo lembrada por interlocutores de Temer para mostrar que a população quer um Estado mais enxuto.
Feita entre novembro de 2016 e janeiro deste ano na periferia de São Paulo, a consulta revelou que ex-eleitores do PT veem o Estado como "inimigo" responsável por se apropriar do dinheiro dos impostos e fornecer serviços de baixa qualidade.

Para o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral), o pacote não tem apenas objetivo fiscal. "É evidente que, do ponto de vista econômico e social, deveríamos ter um programa para enfrentar o desafio do emprego e da renda, além de melhorar a infraestrutura", argumentou ele.

Racha

A base aliada do governo, porém, já começou a criticar a proposta. As resistências aparecem cada vez mais fortes no Congresso, mas, em conversas reservadas, muitos políticos observam que a queixa tem como pano de fundo o medo de alguns colegas de perder cargos em estatais com gordos orçamentos, como a Eletrobrás.
"Eu tenho zero de cargo", afirmou o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, que é contra a venda da Eletrobrás. Questionado sobre o domínio do grupo do ex-presidente José Sarney (PMDB) - integrado por ele - na distribuição de diretorias do sistema elétrico, Lobão disse que isso "é uma falácia". E completou: "Nada é particularmente do Sarney nem meu".
Adepto da máxima "quanto menos Estado, melhor", o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), afirmou que a Lava Jato jogou luz sobre a corrupção nas estatais. "Historicamente, essas empresas têm servido de instrumento para financiar projetos político-partidários dos governos de plantão", disse. Efraim lançou até um desafio aos colegas contrários às privatizações: "Se hoje as telefônicas pertencessem ao Estado, será que o serviço prestado seria melhor?" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Congresso do PSB-PE expõe racha com grupo de FBC

Grupo do senador faltou ao encontro do PSB que reafirmou candidatura de Paulo Câmara à reeleição

Teve até quem puxasse um 'Fora Temer' no Congresso do PSB-PE / Foto: Leo Motta/JC Imagem
Teve até quem puxasse um 'Fora Temer' no Congresso do PSB-PE
Foto: Leo Motta/JC Imagem
Paulo Veras
O Congresso estadual do PSB expôs publicamente o possível rompimento com o partido do senador Fernando Bezerra Coelho, que tem estudado trocar a sigla pelo DEM ou pelo PMDB. O encontro em hotel do Pina, na manhã deste domingo (27), não teve a presença de FBC; do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho; ou do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho.
Sileno Guedes foi reconduzido por unanimidade à presidência do PSB-PE. O ato também reforçou a candidatura a reeleição do governador Paulo Câmara. O presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, também lançou o nome de João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, para deputado federal.
Embora as lideranças do partido insistam na possibilidade de permanência de FBC, o congresso foi marcado por inúmeros recados. As palavras "lealdade" e "compromisso" deram o tom dos discursos. "Quem apostou contra o PSB em 2016 quebrou a cara", alertou o prefeito do Recife, Geraldo Julio.
Carlos Siqueira e o deputado federal Tadeu Alencar também criticaram a privatização da Chesf e da Eletrobras, que vem sendo conduzida por Fernando Filho. Em busca de apoio para permanecer no comando do PSB nacional, Siqueira disparou contra o presidente Michel Temer (PMDB); o que fez com que a militância puxasse um coro de "Fora Temer".

JUSTIFICATIVAS

Em entrevista ao final do evento, Paulo Câmara justificou que Fernando Bezerra Coelho tinha uma reunião com Temer nesse sábado (26) e que Fernando Filho viaja nesta segunda (28) para a China na comitiva presidencial, por isso não puderam estar no evento. "Estamos conversando. Todo partido tem divergência", desconversou Paulo. O governador, porém, se disse preocupado com a solução de venda da Chesf.
Sileno Guedes disse ter convidado FBC, Fernando Filho e Miguel Coelho. "Inegavelmente o senador e seu conjunto está fazendo uma discussão com relação aos rumos do partidos. Ele tem um posicionamento claro. Nós gostaríamos muito que eles estivessem. Mas, também, a gente compreende o momento dessa reflexão que eles estão fazendo. Espero que essa reflexão seja concluída de forma a garantir a unidade do partido", afirmou.

EXECUTIVA DO PSB-PE

PRESIDENTE: Sileno Sousa Guedes
2. 1º VICE-PRESIDENTE: Francisco Tadeu Barbosa de Alencar
3. 2º VICE-PRESIDENTE: Fernando Bezerra Coelho Filho
4. 3º VICE-PRESIDENTE: Felipe Augusto Lyra Carreras
5. SECRETÁRIO-GERAL: Adilson Gomes da Silva
6. 1° SECRETÁRIO: Gabriel Andrade Leitão de Melo
7. 2° SECRETÁRIO: Manoel Eduardo Vasconcelos Rodrigues
8. 1° SECRETÁRIO DE FINANÇAS: Mário Cavalcanti de Albuquerque
9. 2° SECRETÁRIO DE FINANÇAS: Tercília Vilanova
10. SECRETARIA DE ARTICULAÇÃO METROPOLITANA SUL: Lula Cabral
11. SECRETARIA DE ARTICULAÇÃO METROPOLITANA NORTE: Gilberto Feitosa
Júnior
12. SECRETARIA DE MOBILIZAÇÃO POLÍTICA: Waldemar Borges
13. SECRETARIA DE FORMAÇÃO POLÍTICA: Auxiliadora Maria Pires Siqueira da
Cunha
14. SECRETARIA DE POLÍTICAS REGIONAIS: José Aluísio Lessa
15. SECRETARIA DE ORGANIZAÇÃO: João Henrique de Andrade Lima Campos
16. SECRETARIA DE CULTURA: Pedro José Mendes Filho
17. SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÁRIA: José Aldo dos Santos
18. SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE: Heraldo de Albuquerque Selva Neto
19. SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E PROPAGANDA: Adilson Gomes da
Silva Filho
20. SECRETARIA DE ARTICULAÇÃO SOCIAL: Isaltino Nascimento
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Um ano após impeachment, Dilma ocupa papel secundário na política brasileira

Deputada ou senadora são os cargos que Dilma pode vir a disputar no próximo ano

Dilma Rousseff (PT) antecipou que, pós impeachment, seria 'carta fora do baralho' / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dilma Rousseff (PT) antecipou que, pós impeachment, seria 'carta fora do baralho'
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Paulo Veras
“Se eu perder, eu estou fora do baralho”, resumiu Dilma Rousseff, em abril do ano passado. Desde que deixou o Palácio da Alvorada, evitando uma simbólica descida de rampa, a primeira mulher eleita para a Presidência da República tem sido uma figura secundária na política nacional. Vez por outra, dá sinais ao PT que pode concorrer a deputada ou senadora, já que teve os direitos políticos preservados pelo impeachment. Os governadores do Piauí, Wellington Dias (PT), e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), fizeram convites formais para que a petista mude o domicílio eleitoral para disputar o Senado.
A ex-presidente mora em Tristeza, bairro de Porto Alegre, mas costuma viajar para o apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro, e uma casa que pertence à mãe, em Belo Horizonte. Depois que deixou a presidência, Dilma fez turnê internacional de palestras acusando o impeachment de ser um golpe parlamentar. Também participou de alguns eventos de esquerda no Brasil, incluindo o Congresso Nacional do PT e a visita do antecessor, Lula, à Transposição do Rio São Francisco. Tem se dedicado à leitura e aos netos e promete escrever um livro sobre o impeachment.

POUCA VOZ NO PT

De formação brizolista, Dilma foi filiada por 22 anos ao PDT, após ser anistiada como ex-militante da luta armada. Ingressou no PT em 2001, às vésperas da campanha vitoriosa de Lula à presidência. Passou com imagem de gerente pelos ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil, mas nunca foi do núcleo duro que comandava o PT. Isso ajuda a explicar por que ela tem pouca voz na legenda pela qual se elegeu duas vezes para o mais alto cargo da República, ocupando apenas uma função no Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo.
“A presidente Dilma, na verdade, nunca foi realmente uma grande líder. Ela não era uma liderança política. Era um quadro mais técnico, que teve grande projeção no governo Lula. Mas ela não tem papel preponderante. Ela pode se eleger deputada ou senadora. Mas não terá papel de protagonista, como aliás nunca teve. Esse papel será do ex-presidente Lula”, projeta o cientista político Francisco Fonseca, professor da FGV e da PUC-SP. Para o pesquisador, a ex-presidente terá papel mais simbólico e moral para a esquerda, que enxerga o impeachment como um golpe de Estado.

sábado, 26 de agosto de 2017

Homem fere três pessoas com uma faca em Marselha, na França

Homem que atacou três pessoas na França teria problemas mentais

Homem foi detido e hospitalizado após ataquem em Marselha, na França / Foto: Pixabay
Homem foi detido e hospitalizado após ataquem em Marselha, na França
Foto: Pixabay
JC Online

Um homem de 35 anos, supostamente portador de problemas mentais, feriu com uma faca três homens com quem cruzou na rua neste sábado, no centro de Marselha, sudeste da França.
"O homem, em um estado de excitação importante, não proferiu nenhum comentário de caráter islamita e foi hospitalizado", informou a polícia, confirmando uma informação do site da revista Le Point.


Outros ataques

Na segunda-feira passada, um homem com problemas psiquiátricos matou uma mulher e feriu gravemente outra ao jogar sua van contra duas paradas de ônibus na mesma cidade, parecendo imitar o modus operandi dos ataques jihadistas que deixaram 15 mortos em meados de agosto na Catalunha, nordeste da Espanha.
Na sexta, ocorreram dois ataques com faca na Bélgica e Reino Unido: em Bruxelas, um homem agrediu soldados e foi abatido, em um ato terrorista segundo a procuradoria; e em Londres, um homem armado com espada foi detido depois de ferir policiais e grita "Alá é grande"  diante do Palácio de Buckingham.

Principal cabo eleitoral de Lula, Dilma aposta em discurso virulento em Pernambuco

Em pronunciamento, ex-presidente pediu apoio para eleger Lula e criticou Michel Temer

O pátio da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Centro do Recife, ficou tomado por militantes na noite de ontem / Foto: Ricardo Stuckert/ Fotos Públicas
O pátio da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Centro do Recife, ficou tomado por militantes na noite de ontem
Foto: Ricardo Stuckert/ Fotos Públicas
Da Editoria de Política

Em sua primeira incursão ao lado do ex-presidente Lula na caravana que o petista tem feito pelo Nordeste, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) se converteu, na última sexta-feira (25), no principal cabo eleitoral do antecessor, já que ele é impedido pela legislação de fazer campanha antecipada. “Vamos, com toda a nossa determinação, eleger o nosso grande presidente Lula. Ele é a pessoa que representará novamente um Brasil de cabeça erguida”, pediu a petista, de manhã, aos militantes que acompanhavam o ato da caravana petista em Ipojuca.


À noite, no Recife, o tom do discurso foi o mesmo. Além de defender o retorno de Lula à Presidência, Dilma voltou a acusar de golpistas aqueles que foram favoráveis à sua saída do Palácio do Planalto. Ressaltando programas sociais criados nos governos do PT, como o ProUni e o Mais Médicos, a ex-presidente disse que “o impeachment é um golpe para tirar todos os direitos que os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil conquistaram nos últimos anos a partir do governo do presidente Lula”.

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Em ambos os atos, com uma fala em tom de perseguição política, Dilma disse haver uma tentativa de impedir que o PT vença a próxima eleição. “Tentarão impedir que nós ganhemos a eleição outra vez com o presidente Lula”, acusou, numa referência à condenação de Lula pelo juiz federal Sérgio Moro.
Às vésperas de completar um ano do impeachment – na próxima quinta-feira, 31 –, Dilma adotou um discurso virulento contra a gestão do presidente Michel Temer, chamado repetidas vezes de golpista. “É um governo que não tem o menor compromisso com o povo brasileiro. Tem compromisso com os ricos”, disparou.

No ataque a Temer, Dilma centrou fogo nos projetos de terceirização e, principalmente, na venda de ações da Eletrobras. Ex-ministra de Minas e Energia, Dilma coordenou de perto o setor elétrico durante os governos do PT. A petista foi responsável por medidas que deixaram em crise as empresas de produção e distribuição de energia ao pressionar o barateamento da conta de energia às vésperas da campanha pela reeleição, em 2014.
“Depois desse processo de privatizar a Eletrobras, vão querer privatizar as joias da coroa, que são Furnas, a Chesf e a Eletronorte. E é o mesmo processo que está acontecendo com a Petrobras. Não tenhamos dúvidas que esse é o governo que quer vender terra para estrangeiro”, disse.

TROPEÇO

Conhecida por colecionar discursos confusos, principalmente na época em que era presidente, a petista cometeu mais um deslize no Pátio do Carmo. Ao se referir a uma frase da estudante negra Bruna Sena, que passou em primeiro lugar no vestibular de medicina da Universidade de São Paulo (USP) este ano, Dilma se atrapalhou e acabou invertendo a ordem da frase, corrigindo-a logo em seguida. “Como disse uma médica negra ao se formar, a senzala surta... A senzala... Desculpa. A casa grande surta quando a senzala vira médica”.

Ferrari anuncia renovação do contrato de Sebastian Vettel até 2020

Com a Ferrari, Vettel conseguiu sete vitórias e 28 pódios

Vetterl ficará na Ferrari até 2020 / Foto: AFP
Vetterl ficará na Ferrari até 2020
Foto: AFP
Estadão Conteúdo

Dias depois de Kimi Raikkonen, neste sábado foi a vez de Sebastian Vettel ter o contrato renovado pela Ferrari. Líder do Mundial de Pilotos da Fórmula 1 e principal piloto da escuderia italiana, o alemão de 30 anos assinou um novo vínculo por mais três temporadas, válido até o fim de 2020.
Vettel ficaria sem contrato com a Ferrari ao fim da atual temporada, mas a renovação era dada como encaminhada. Afinal, o alemão nunca escondeu o desejo de pilotar pela escuderia, e justamente neste ano foi presenteado com um carro competitivo que o coloca na briga por mais um título da categoria.


O anúncio da renovação aconteceu momentos antes de os pilotos irem à pista para a disputa do treino de classificação para o GP da Bélgica, no circuito de Spa-Francorchamps, marcado para este domingo. E serviu também para colocar fim a qualquer rumor sobre uma possível transferência do alemão para a Mercedes.

Dono de quatro títulos da Fórmula 1, todos com a Red Bull, Vettel se juntou à Ferrari em 2015. De lá para cá, o piloto conquistou sete vitórias - três em 2015 e quatro em 2017 - e somou 28 pódios. No total, são 46 triunfos para o alemão na categoria.
Com o anúncio deste sábado, a Ferrari fechou sua dupla e garantiu a manutenção de seus pilotos para a próxima temporada. Isso porque o finlandês Raikkonen também possuía contrato somente até o fim do ano, mas renovou com a escuderia na última terça-feira até o fim de 2018.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Ex-namorado é condenado pela morte de Danielle Fasanaro

Emerson Du Varney foi condenado a 33 anos de prisão por decisão da Justiça

Júri popular foi realizado no Fórum de Olinda / Foto: Arquivo/Malu Silveira NE10
Júri popular foi realizado no Fórum de Olinda
Foto: Arquivo/Malu Silveira NE10
JC Online

Após quase 10h de julgamento, a Justiça condenou o tatuador Emerson Du Vernay Brandão a 33 anos e quatro meses de prisão pelo homicídio em 2013 da ex-namorada, a modelo Danielle Fasanaro, e pelo cárcere privado do filho dela, na época com oito anos. A decisão da juíza Flávia Fabiane Nascimento Figueira foi proferido no início da noite desta quinta-feira (24), após a votação do corpo de jurados escolhidos para compor o júri popular que ocorreu no Fórum da cidade onde o crime aconteceu.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o réu foi condenado a 20 anos e seis meses por homicídio qualificado, pela impossibilidade de defesa da vítima. Além disso, Emerson foi condenado a quatro anos e seis meses por cárcere privado da criança e a um ano, dois meses e vinte dias por utilização de documento falso. Contra o tatuador, também foi aplicada uma pena de três anos, dois meses e vinte dias diz por disparo de arma de fogo em lugar habitado.


Ouros crimes

A Justiça também atribuiu uma pena de cinco anos, dois meses e mais vinte dias por porte ilegal de arma de fogo. O réu também foi condenado a pagar multa por alguns dos crimes cometidos. Segundo o TJ, a expectativa é que o assassino cumpra 33 anos e quatro meses de reclusão (regime máximo fechado) e mais um ano e dois meses em regime semiaberto. A defesa informou ao TJPE que vai recorrer da sentença.

Alívio para a família

No Facebook, a irmã de Danielle, Michelle Fasanaro, comemorou o resultado do júri popular que condenou o tatuador pela morte da modelo. Na quarta (23), em entrevista ao JC, ela havia dito que esperava "pena máxima" para o, até então, acusado.

Entenda o caso

Danielle Fasanaro foi mantida refém junto com o filho no apartamento onde os dois moravam em Casa Caiada, Olinda, na Região Metropolitana do Recife, pelo ex-namorado, o tatuador Emerson Du Vernay Brandão. Após horas de cárcere privado, o tatuador atirou contra a mulher, que não resistiu aos ferimentos e morreu.