Pernambucano que cozinhou macaco prego e postou no Facebook é multado
Internauta pode responder por crime ambiental na Operação Teia. Youtuber de Serra Talhada, 'Rei das Serpentes' também foi multado em R$ 102 mil
Até o momento, 12 pessoas foram detidas, 137 animais resgatados e aplicados R$ 518,6 mil em multas
Foto: Ibama
JC Online
O pernambucano Carlos Alberto da Silva foi multado em R$ 5 mil após cozinhar um macaco prego e publicar o ato no Facebook. Uma denúncia também será oferecida ao Ministério Público para que ele responda por crime ambiental. O caso aconteceu em 2017.
Entre os alvos da investigação, nomeada Operação Teia, está o youtuber Haroldo Gomes de Sá, de 44 anos, conhecido como 'Rei das Serpentes'. Residente de Serra Taalhada, do Sertão de Pernambuco, ele já possui mais de 1,1 milhão de seguidores. Nas produções, Haroldo manipula e exibe animais selvagens, principalmente cobras venosas. O principal ato realizado por ele é a provocação desses animais para incentivar os ataques. Agora, Haroldo terá que pagar R$ 102 mil e pode responder criminalmente, caso o Ministério Público apresente denúncia contra ele.
Édipo Emanuel também faz parte do trio de pernambucanos investigados. Ele mora em Mostardinha, na Zona Oeste do Recife, e vendeu, pela internet, dois saguis por R$ 100. A multa para esse caso foi de R$ 20 mil. Édipo também pode responder criminalmente.
Todos os casos pertencem à Operação Teia
O Ibama iniciou, nesta terça-feira (5), uma operação de combate ao comércio ilegal de animais silvestres via redes sociais em 15 estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Os alvos foram selecionados após investigação iniciada em 2017 que identificou 1.277 animais expostos à venda na internet. A operação será mantida por tempo indeterminado.
Realizada em conjunto com a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e polícias estaduais, a Operação Teia cumpriu 34 mandados de busca e apreensão solicitados por Ministérios Públicos dos estados. Até o momento, 12 pessoas foram detidas, 137 animais resgatados e aplicados R$ 518,6 mil em multas.
Entre os animais silvestres nativos da fauna brasileira mantidos em cativeiro ilegal havia serpentes, jabutis, lagartos, jacarés, macacos, iguanas, escorpiões e aranhas, entre outros. Agentes ambientais também recolheram espécies exóticas como corn snake (cobra-do-milho), píton, pogona e tigre d’água.
O coordenador de Operações de Fiscalização, Roberto Cabral, informou que foram identificados em redes sociais 1.277 animais expostos à venda, 85 mantidos ilegalmente em cativeiros e 30 animais com venda confirmada. Os animais silvestres resgatados serão avaliados em centros de triagem do Instituto para viabilizar seu retorno à natureza. Os animais exóticos serão destinados a zoológicos com segurança que permita evitar fugas e possível bioinvasão no país. A medida tem como objetivo proteger a biodiversidade nacional.
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