segunda-feira, 14 de maio de 2018

Temer tem medo de ser preso ao deixar presidência, diz jornal



Enquanto ainda tenta se cacifar nas costuras para a união em torno de uma candidatura de centro na disputa pelo Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer (MDB) tem pela frente quatro processos em diversos tribunais pelo país assim que deixar a presidência. É o que informa o jornal Folha de S. Paulo.
Sem foro privilegiado ao entregar a faixa presidencial ao próximo mandatário da nação, Michel Temer já manifestou preocupação em ser preso, em conversas reservadas relatadas à Folha por pessoas próximas do presidente.
Ainda de acordo com a reportagem, o maior receio do emedebista, contudo, é que as investigações atinjam sua família. O que acabou ocorrendo com a revelação do jornal de que a mulher do seu amigo o coronel João Baptista Filho pagou em dinheiro vivo a obra da casa da filha do presidente Maristela Temer.
A um auxiliar e amigo, Temer teria dito que não quer deixar a Presidência com o risco de ser hostilizado em locais públicos, ainda de acordo com a reportagem da Folha. Em visita ao local onde um prédio pegou fogo e desabou em São Paulo, o emedebista sofreu com protestos e gritos de “golpista”, tendo que ser escoltado rapidamente para o carro com a proteção de uma mala.
A Folha revelou também que a Polícia Federal suspeita que Temer lavou propina em imóveis da família, entre eles um que está no nome da primeira-dama e outro no nome do seu filho. Segundo a reportagem, a primeira-dama Marcela Temer reclamou da exposição do filho do casal, Michelzinho de apenas 9 anos.


Processos

Michel Temer deve encarar as duas denúncias relacionadas à delação premiada da JBS, que a sua base na Câmara dos Deputados conseguiu derrubar no ano passado. Elas podem ser reativadas a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Na primeira denúncia da Procuradoria-geral da República, o emedebista é acusado de corrupção passiva. Na segunda, Temer é acusado de participação em organização criminosa e obstrução da Justiça. Os dois casos devem seguir para a Justiça Federal do Distrito Federal, segundo a Folha.
Lá já tramitam uma denúncia contra membros do seu partido por formação de quadrilha e uma outra por fatos relacionados à JBS e ao seu ex-assessor Rodrigo Roucha Loures, o que aparece em um vídeo correndo com uma mala cheia de dinheiro.
Além deles, Temer já responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Um deles investiga o Decreto dos Portos, assinado em maio de 2017 pelo emedebista, que beneficiou empresas do setor portuário. Segundo o jornal, o caso deve ser remetido para a Justiça Federal do Distrito Federal ou de São Paulo.
O outro envolve uma suposta reunião no Palácio do Jaburu, quando Temer ainda era vice-presidente, em que o emedebista e aliados teriam negociado com executivos da Odebrecht doações ilícitas no valor de R$ 10 milhões para campanha de integrantes do MDB nas eleições de 2014.

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