Mesmo após anúncio de Temer, caminhoneiros dizem que seguirão mobilizados em Suape
Os caminhoneiros não permitiram a entrada de 30 caminhões carregados de botijões de gás, mesmo escoltados pelo Exército
Os trabalhadores dizem não aceitar a proposta do Governo Federal
Foto: Ezequiel Quirino/TV Jornal
JC Online com Agências
Com informações do Blog de Jamildo
Com informações do Blog de Jamildo
Mesmo com a afirmação do presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, que disse que o momento agora é de que os caminhoneiros voltem às suas atividades, os trabalhadores que estão em Suape seguem protestando. Os caminhoneiros não permitiram a entrada de 30 caminhões carregados de botijões de gás, mesmo escoltados pelo Exército.
Os trabalhadores dizem não aceitar a proposta do Governo Federal. "A gente só sai daqui quando terminar tudo. O valor do diesel que ele baixou a turma não tá querendo, não. É palhaçada. Hoje está fazendo oito dias, se for possível passaremos até mais oito", disse um dos caminhoneiros.
Apenas gás a granel, que é levado para hospitais, teve a passagem permitida. Nesta segunda-feira, segundo os manifestantes, não foi permitida a saída de caminhões com combustível.
“Ninguém vai arredar o pé”, disse o advogado do Movimento dos Caminhoneiros Autônomos do Pernambuco, André Fonseca.
A categoria aguarda uma reunião ainda nesta segunda com o governador Paulo Câmara (PSB) quando entregarão uma pauta de reivindicações que não foram contempladas nos dois acordos com o governo federal. Entre elas, estão a renovação a frota com isenção de impostos, semelhante à que é concedida às pessoas com deficiência, a redução nos preços da gasolina, do álcool e do gás de cozinha.
“Não basta aquela medida ridícula, inaceitável do senhor presidente Michel Temer , quando reduz em 0,46 centavos o litro do óleo diesel sem se referir ao álcool, à gasolina e ao gás de cozinha, que são reivindicações dos caminhoneiros também. Com o único objetivo de paralisar o movimento, de dispersar o movimento, de jamais permitir uma reunião de pessoas trabalhadoras”. disse André Fonseca.
O horário e local ainda não foram definidos, segundo o advogado. O governo, contudo, informou aos caminhoneiros no sábado (26) que até 12h desta segunda um interlocutor marcaria o encontro.
“Se o governador recuar ou se acovardar ou se eximir da sua responsabilidade e de seu compromisso tratado conosco, Pernambuco para porque ai é um conluio do governo federal com o governo estadual. Tudo o que vai acontecer vai depender do governador”, disse.”, disse Fonseca.
Nacional
"Vamos colocar ordem nesse segmento que transporta o Brasil nas costas. Um segmento que antes não tinha o reconhecimento do governo, que estava em uma situação pior que um indigente. A partir de hoje, essa situação deve se resolver", disse o presidente da Abcam.
O governo publicou na noite deste domingo, 27, em edição extra do Diário Oficial da União, as três medidas provisórias (MPs) para atender a novos pedidos dos caminhoneiros, que completaram uma semana parados.
Pacote de medidas
Para tentar pôr fim à greve, o presidente Michel Temer cedeu e reduziu em R$ 0,46 o valor do diesel, com corte em tributos como a Cide e o PIS/Cofins.
O pacote de medidas também contemplou as três MPs que foram publicadas no Diário Oficial da União. A primeira delas determina que 30% dos fretes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sejam feitos por caminhoneiros autônomos, que serão contratados por meio de cooperativas, entidades sindicais ou associação.
GALERIA DE IMAGENS
A segunda MP institui a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargo. Segundo o texto publicado no DOU, o governo publicará duas vezes por ano uma nova tabela de preço mínimo de frete por quilômetro de acordo com o tipo de mercadoria transportado (carga geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel). A primeira tabela será publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em até cinco dias e valerá até o dia 20 de janeiro de 2019.
Se o governo atrasar na publicação do reajuste do preço mínimo, a tabela anterior será corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou por outro índice de preços.
A terceira MP prevê isenção de cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, em rodovias federais, estaduais e municipais, inclusive as que foram concedidas à iniciativa privada.
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