Morre o cardiologista Hilton Chaves, referência no tratamento da hipertensão

O médico estava internado no Real Hospital Português. O velório será, no Cemitério Morada da Paz, a partir das 9h da quarta-feira (29)

Hilton Chaves era dono de uma habilidade ímpar de colocar em prática os princípios hipocráticos do conhecer, cuidar sempre e amar

Foto: Guga Matos/JC Imagem

Da Editoria de Cidades

Referência no tratamento da hipertensão arterial, o cardiologista recifense Hilton Chaves faleceu nesta terça-feira (28), aos 63 anos, no Real Hospital Português, no bairro de Paissandu, área central da capital pernambucana. O médico, que estava internado por complicações decorrentes de um câncer de pâncreas diagnosticado em abril, deixa um legado para a especialidade que o tornou mentor de uma geração de jovens médicos comprometidos em olhar o paciente além dos sintomas associados a doenças. Especialista em cuidados paliativos, Hilton era dono de uma habilidade ímpar de colocar em prática os princípios hipocráticos do conhecer, cuidar sempre e amar.

Com especialização em medicina comunitária e intensiva, o cardiologista era mestre em medicina tropical e doutor em cardiologia. Foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e chegou a dirigir três Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na Região Metropolitana do Recife: a do Hospital do Tricentenário, em Olinda, a da Santa Casa de Misericórdia do Recife, em Santo Amaro, e a do Hospital Unimed, na Ilha do Leite.

No Hospital das Clínicas (HC) da UFPE, o cardiologista foi responsável pelo Programa de Hipertensão. “Ele foi um profissional extremamente importante para a medicina: dinâmico, atualizado e humano ao lidar com o ser humano. Tinha vários trabalhos publicados e fazia ações essenciais para a população em geral. Vi uma foto em que ele estava vestido com uma camisa que tinha a seguinte frase: ‘Tratar a pressão alta é um ato de fé na vida’. Essa declaração resume Hilton Chaves”, ressalta o médico Pedro Salerno, um dos diretores da Sociedade Brasileira de Cardiologia/Regional Pernambuco (SBC-PE).

A entidade, em nota compartilhada nas redes sociais, lamenta o falecimento do médico. “É uma perda irreparável para a nossa especialidade. Desejamos conforto à família. É com grande pesar que nos despedimos desse profissional ímpar para a medicina brasileira.”

Educação em saúde

Pela facilidade de transmitir orientações à população em geral, Hilton colaborava sempre com o trabalho jornalístico de educação em saúde. Com naturalidade, ele conversava com os repórteres sobre temas relacionados à prevenção e tratamento da pressão arterial, diabetes e outras doenças crônicas. “O Estado de Pernambuco perdeu um grande cardiologista e pesquisador, que colaborou com o desenvolvimento de vários estudos internacionais”, diz a nutricionista Conceição Chaves, prima de Hilton.

O velório e as homenagens acontecem a partir das 9h desta quarta-feira (29), no Cemitério Morada da Paz, localizado na cidade de Paulista, no Grande Recife. Às 15h, o corpo será cremado.