Médicos denunciam descaso em Centro de Atenção Psicossocial do Recife
O descaso da Prefeitura do Recife com as unidades e os profissionais de saúde motivou a paralisação dos médicos
Centro teve que ser fechado devido ao estado de conservação
Foto: Ashlley Melo/ JC Imagem
Editoria de Cidades
De braços cruzados desde a última segunda-feira, os médicos da rede pública do Recife denunciam uma série de descasos por parte do poder público. Entre as reclamações, está a situação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que tratam dos casos relacionados à saúde mental e à dependência de álcool e outras drogas.
O Caps Professor Luiz Cerqueira, localizado no bairro de Santo Amaro, área Central da capital, ilustra bem a situação. Com pias e janelas quebradas, paredes descascadas, parte do teto desabado, entulhos e lixo espalhado, a unidade teve que ser fechada, por falta de condições de funcionamento.
“Agora, o atendimento é realizado em uma unidade anexa, que apresenta diversos problemas estruturais. Falta tudo. A única coisa que funciona é o material humano. E mesmo assim, os profissionais terminam sobrecarregados, porque o Caps, que deveria ter atendimento voltado para dependência de drogas, crianças e adolescentes, absorveu outras demandas, porque outros centros fecharam”, denuncia Marcus Villander, diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe). Segundo ele, a prefeitura não deu prazo para a execução da obra de recuperação do espaço.
Em um ofício destinado à Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), a Sociedade Pernambucana de Psiquiatria (SPP) também citou a situação do Caps Luiz Cerqueira, que está servindo como campo de práticas para o recém aprovado Programa de Residência Médica (PRM) em Psiquiatria da Infância e Adolescência (PIA), afirmando que a unidade “encontra-se com estrutura precária, incompatível com a formação de novos profissionais.”
PARALISAÇÃO
Uma assembleia será realizada amanhã, às 9h, para decidir se o trabalho será retomado ou não na próxima segunda-feira. Desde o início da semana, com a paralisação, estão suspensos os serviços eletivos, os ambulatórios e o atendimento nos postos de Saúde da Família e nos Caps. Continuam funcionando os setores de urgência, emergência e maternidade da rede pública da capital.
Procurada na tarde dessa quarta-feira (10), a Prefeitura do Recife não se pronunciou sobre o assunto até a noite de ontem.
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