‘Ele a colocou em uma prisão de 21 dias’, diz tio de vítima atacada com ácido
Mayara Estefanny Araújo morreu nesta quinta-feira (25) em decorrência à ferimentos causados por agressão de ex-companheiro
Sepultamento da jovem será nesta sexta-feira (26), em Limoeiro
Foto: Reprodução / Facebook
JC Online
Mayara Estefanny Araújo morreu na noite da última quinta-feira (25), após 21 dias de internação no Hospital da Restauração. A jovem de 19 anos sofreu lesões graves causadas por um ataque do ex-companheiro e um amigo dele, responsáveis por agredi-la com ácido sulfúrico no dia 4 de julho, no bairro de Nova Descoberta, Zona Norte do Recife. A reportagem do Jornal do Commercio conversou com o tio da vítima, que diz tê-la criado como uma filha.
‘Estou perdendo uma filha’
Em meio à tentativas de conter a emoção, Elpídio Gomes de Farias, tio de Mayara, narrou que tem a sobrinha como uma filha e que era chamado de pai pela mesma.
Durante os 21 dias de internação, Elpídio passou ao ao lado da sobrinha. Ele revela que, muitas vezes, ela respondia aos estímulos mexendo pés e mãos. Agradeceu, ainda, à equipe médica da Restauração e constatou que a filha foi muito bem atendida.
Ele conta que apesar de não ser religioso, diz que é Deus que está o ‘mantendo de pé’. O tio enterrou a própria mãe no mesmo dia em que a sobrinha faleceu. ‘Ontem enterrei minha mãe e no mesmo dia teve a notícia de Mayara’.
A notícia do falecimento chegou à família às 22h22 desta quinta-feira (25).
‘Mãe, acende a luz’
Elpídio diz que a família escondia a situação médica do filho de Mayara, que atualmente está morando com ele, dizendo que ela estava viajando, em uma tentativa de amenizar o sofrimento. Mas hoje, de acordo com Elpídio, o menino de dois anos acordou perguntando e chamando a mãe excessivamente, pedindo que ela ‘acendesse a luz’.
‘Se ele sair amanhã será eu ou outro de minha família’
‘Ele colocou Mayara em uma prisão de 21 dias e agora enterrou ela’, diz Elpídio. Ele se refere a William César dos Santos Junior, de 30 anos, pai do único filho de Mayara e ex-companheiro da vítima, responsável por cometer o crime junto ao seu amigo, Paulo Henrique Vieira dos Santos, de 23 anos. Os acusados foram presos preventivamente no dia 8 e 4 de julho, respectivamente.
Elpídio suplica às autoridades que tomem as providências necessárias e revela ter medo da família ser agredida pelo suspeito do crime, como Mayara foi, caso ele saia da prisão. ‘Eu estou aqui falando (para imprensa) e se ele sair amanhã será eu ou outro de minha família no lugar de Mayara’, completou.
O tio expõe que a família só tomou conhecimento das agressões durante o período em que Mayara esteve separada de William, nos quatro meses antes do crime.
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