quarta-feira, 31 de julho de 2019

Bolsonaro defende trabalho forçado para presos

Presidente classificou como "sonho" a existência de presídios agrícolas no país

Apesar de defender, Bolsonaro ponderou que a Constituição proíbe tal penalidade. / Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Apesar de defender, Bolsonaro ponderou que a Constituição proíbe tal penalidade.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira, 31, o trabalho forçado para preso no Brasil. Ele ponderou que a Constituição proíbe tal penalidade, mas disse que é seu "sonho" a existência de presídios agrícolas no país.


Ele também afirmou que os quatro presos que estariam envolvidos no massacre de Altamira (PA) e que foram mortos na noite desta terça-feira por sufocamento dentro do caminhão-cela que os transferia para unidades de Belém (PA) morreram porque "com toda certeza, deviam estar feridos".
"Eu sonho com um presídio agrícola. É cláusula pétrea, mas eu gostaria que tivesse trabalho forçado no Brasil para esse tipo de gente, mas não pode forçar a barra. Ninguém quer maltratar presos nem quer que sejam mortos, mas é o habitat deles, né?", disse Bolsonaro nesta quarta, ao fim de uma cerimônia em que assinou o contrato de concessão de trechos da ferrovia Norte-Sul em Anápolis (GO).

Questionado sobre as mortes dos quatro presos, Bolsonaro respondeu que "problemas acontecem". "Porque uma ambulância, quando pega uma pessoa até doente no caminho, ela pode vir a falecer. O que eu pretendo fazer? ... Pessoal, problemas acontecem, está certo? Se a gente puder, eu vou conversar com o ministro Moro Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública nesse sentido", disse.
O presidente afirmou ainda ter pena dos familiares das vítimas do massacre e defendeu que haja mais "autoridade" em cima dos presos. "A gente espera que seja resolvida essa questão. Se a gente pudesse obrigar o trabalho, mas se pudéssemos ter uma autoridade em cima do presidiário, como o americano tem, seria muito bom para nós", afirmou.
Perguntado ainda sobre se haverá ajuda federal para o caso, Bolsonaro afirmou que já existe o fundo penitenciário.

Mortos

Com o assassinato destes quatro presos, o número de vítimas do massacre do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, sobe para 62 pessoas, maior chacina relacionada a presídios do País neste ano.

Governo de Pernambuco diz que não há mais superlotação na Funase

O Estado atingiu a taxa de 99% de ocupação em unidades de internação

Para atingir a taxa, foram realizados mutirões para análise de processos, o que permitiu substituições, suspensões e extinções de medidas de internação / Foto: Acervo JC Imagem
Para atingir a taxa, foram realizados mutirões para análise de processos, o que permitiu substituições, suspensões e extinções de medidas de internação
Foto: Acervo JC Imagem
JC Online

O Governo de Pernambuco anunciou, na manhã desta quarta-feira (31), que a taxa de ocupação das unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) chegou a 99%, com 817 vagas de internação para 809 socioeducandos. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) de Pernambuco, o resultado é fruto de mutirões para análise de processos realizados pelo Poder Executivo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública.
Os mutirões aconteceram após a criação de um grupo de trabalho composto pelos órgãos, que reavaliaram 342 casos, viabilizando substituições, suspensões e extinções de medidas de internação. Desse grupo, 91 adolescentes permaneceram sob atendimento da Funase.
Apesar do fim da superlotação quando considerado todo o sistema socioeducativo de Pernambuco, as unidades da Funase em Caruaru, no Agreste, Arcoverde, no Sertão, e Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife,  ainda contam com mais internos que vagas. Para resolver este impasse, a Fundação irá analisar caso a caso a situação de cada jovem internado. 
De acordo com o juiz Rafael Souza Cardozo, que integrou o Grupo de Trabalho, os adolescentes não foram apenas liberados. Cada caso foi avaliado e as liberações estão dentro de algumas condições. "Alguns tiveram a medida extinta porque compreenderam o caráter pedagógico da medida, ou seja, atingiu-se a finalidade almejada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Outros estão nesse processo e foram transferidos para um sistema menos gravoso, como o semiliberdade, e aqueles que estavam um pouco mais avançados, mas não concluíram o processo, foram para medidas mais brandas, como a liberdade assistida e a prestação de serviço à comunidade", explica. "Todos os adolescentes que estão hoje em liberdade é porque houve uma análise pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública, apoiados nos relatórios psicossociais da Funase, que os considerou aptos à liberação", acrescenta.

O Estado atinge esta taxa de ocupação após determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que obrigava Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio de Janeiro a adotarem medidas para equilibrar o número de vagas do sistema socioeducativo e o de adolescentes atendidos.


Segundo a liminar do ministro Edson Fachin, expedida em 23 de maio deste ano, as unidades de internação não poderiam ter ocupação maior que 119% de sua capacidade. Com a taxa de 99%, Pernambuco cumpre a determinação.

Números

No Cabo de Santo Agostinho, onde a situação era mais crítica, 310 medidas foram reavaliadas. Desse total, 174 adolescentes não estão mais em cumprimento de internação. Nas demais unidades do Estado, fora, 162 medidas reavaliadas em audiências concentradas. Quando levadas em consideração todas as unidades de Pernambuco, 330 jovens foram liberados. Seja por ter cumprido a medida, ou para seguir em outras formas de penalidade. 

Novas unidades

Ainda na manhã desta quarta, a SDSCJ anunciou que pretende entregar até o fim deste ano dois Centros de Atendimento Socioeducativo (Case) no Recife, que deve entrar em funcionamento em novembro, e Jaboatão dos Guararapes, previsto para inauguração em dezembro. As unidades devem contar com 90 vagas cada e serão voltadas à internação de adolescentes do sexo masculino.

Quatro presos de Altamira são mortos durante transferência no Pará

Segundo a versão do governo, os responsáveis pela segurança não teriam percebido a ação

As mortes aconteceram no caminho entre as cidades de Novo Repartimento e Marabá / Foto: Estadão Conteúdo
As mortes aconteceram no caminho entre as cidades de Novo Repartimento e Marabá
Foto: Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Quatro presos que estariam envolvidos no massacre do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, foram mortos por sufocamento dentro do caminhão-cela durante a transferência para unidades de Belém. Com os assassinatos, o número de vítimas no ataque chega a 62 - a maior chacina relacionada a presídios do País neste ano.
Ao todo, 30 presos estavam no veículo e todos haviam sido removidos de Altamira por suposta participação no ataque da facção local Comando Classe A (CCA) contra integrantes do rival Comando Vermelho (CV).
Em nota, o governo do Pará afirma que apura as circunstâncias das mortes. "Eram da mesma facção e viviam juntos nas mesmas celas. Foram comparsas no confronto entre facções", diz o comunicado do governo Helder Barbalho (MDB).
As mortes aconteceram no caminho entre as cidades de Novo Repartimento e Marabá, em horário estipulado entre 19h de terça-feira, 30, e 1h desta quarta-feira, 31.

"Durante o transporte, estavam algemados, divididos em quatro celas. A capacidade das celas era para até 40 presos, e 30 eram transportados. O Estado não possui caminhão com celas individuais", afirma a nota.

Versão oficial

Segundo a versão do governo, os responsáveis pela segurança não teriam percebido a ação. "Ao chegar a Marabá, os agentes encontraram quatro presos mortos por sufocamento em duas celas", alega.
"Todos os 26 presos remanescentes serão colocados em isolamento. As razões deste fato lamentável estão sendo investigadas."

Trump elogia Eduardo Bolsonaro e diz que indicação para embaixada não é nepotismo

Presidente dos EUA considera Eduardo Bolsonaro "um jovem brilhante"

Trump disse estar muito feliz com a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Washington.  / Foto: Paola de Orte/Agência Brasil
Trump disse estar muito feliz com a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Washington.
Foto: Paola de Orte/Agência Brasil
Estadão Conteúdo 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 30, que considera o filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, "um jovem brilhante" e que está "muito feliz pela indicação" do deputado federal para assumir a embaixada do Brasil em Washington.


"Eu conheço o filho dele e provavelmente é por isso que o fizeram (a indicação). Estou muito feliz com essa indicação", disse o mandatário dos Estados Unidos após questionamento de uma jornalista da GloboNews.
Perguntado sobre se a nomeação configuraria nepotismo, Trump negou. "Não, não acho que é nepotismo porque o filho ajudou muito na campanha. O filho dele é extraordinário".

Na semana passada, o presidente afirmou que não tinha pressa para confirmar a indicação do filho. Ele disse que achava que a consulta aos americanos sobre a possível nomeação havia sido encaminhada na quinta.
A indicação de Eduardo como embaixador do Brasil nos Estados Unidos pode quebrar uma tradição dentro do Itamaraty, desde a redemocratização, de ter na embaixada em Washington sempre um diplomata de carreira. Em entrevistas ao jornal O Estado de S. Paulo, dois ex-ocupantes do cargo criticaram a nomeação. O ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero disse que não havia "precedentes em países civilizados", enquanto o também ex-ministro Marcílio Marques Moreira disse esperar que a nomeação "fosse repensada".

Otimista

O presidente Jair Bolsonaro já dá como certo que o nome do filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), "vai ser aprovado" pelos senadores como embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Em uma das vezes que falou sobre o assunto, Bolsonaro destacou a proximidade do filho com o presidente dos EUA, Donald Trump. Afirmou, ainda, que "não existe satisfação melhor do que conversar com muita dignidade com o homem mais poderoso do mundo, Donald Trump". O presidente citou críticas feitas durante visita oficial ao presidente dos EUA, na qual Eduardo participou da reunião privada com Trump, e não Ernesto.

Chega ao Recife condenado por mandar matar promotor de Itaíba

Zé Maria presta depoimento no Depatri e será encaminhado para um presídio federal de segurança máxima

José Maria foi condenado a 50 anos e quatro meses de prisão em outubro de 2013 / Foto: Ricardo B. Labastier/ Acervo JC Imagem
José Maria foi condenado a 50 anos e quatro meses de prisão em outubro de 2013
Foto: Ricardo B. Labastier/ Acervo JC Imagem
JC Online

José Maria Pedro Rosendo Barbosa chegou ao Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes na madrugada desta quarta-feira (31), por volta das 1h20. O acusado prestará depoimento no Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), na Zona Oeste do Recife, e será encaminhado para um presídio federal de segurança máxima, que não teve o nome divulgado pela polícia.
Confira vídeo que mostra pouso do voo que estava Zé Maria:

Entenda o caso

O fazendeiro foi condenado pelo assassinato do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, em outubro de 2013, e estava foragido desde 14 de fevereiro deste ano, após fugir da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá. Ele foi capturado na última segunda-feira (29), em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, na fronteira com a Bolívia.
O anúncio da captura do fazendeiro foi feito pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta segunda. 

Mais conhecido como Zé Maria, ele e outros seis detentos conseguiram fugir durante um resgate e uma intensa troca de tiros. O sargento da Polícia Militar Rinaldo Azevedo Campelo, 49 anos, que tentou impedir a fuga, foi baleado na cabeça e morreu. Os presos teriam usado escadas e cordas para deixar a penitenciária.


Um vídeo divulgado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) mostra o momento da prisão de Zé Maria. Veja:

Condenação

José Maria foi condenado a 50 anos e quatro meses de prisão depois de ser apontado pela Polícia Federal como o mandante do assassinato do promotor Thiago Faria, que atuava no município de Itaíba, no Agreste do Estado. As investigações apontaram que o motivo do crime foi a disputa por terras na região. Outros quatro acusados de participação no homicídio também foram condenados

Moro autoriza atuação de força-tarefa de intervenção penitenciária no Pará

Na última segunda-feira (29), um motim no presídio Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), no sudoeste do Pará, deixou 57 detentos mortos

Decisão de Moro vale pelo período de 30 dias, mas o prazo pode ser prorrogado. / Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Decisão de Moro vale pelo período de 30 dias, mas o prazo pode ser prorrogado.
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Estadão Conteúdo 

Um dia depois de uma briga entre facções dentro do presídio Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), no sudoeste do Pará, deixar 57 detentos mortos, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou nesta terça-feira (30) a atuação de uma força-tarefa de intervenção penitenciária no Estado. A decisão, que atende a um apelo do governador do Pará, Helder Barbalho, vale pelo período de 30 dias, mas o prazo pode ser prorrogado.


De acordo com o Ministério da Justiça, a força tarefa contará com o apoio da equipe de segurança pública e administração penitenciária do Estado do Pará e atuará em atividades de guarda, vigilância e custódia de presos. O grupo será coordenado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
"O número de profissionais a ser disponibilizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública obedecerá ao planejamento definido pelos entes envolvidos na operação. Por questões de segurança, não são informados detalhes sobre efetivo", comunicou a pasta.
A Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) disse que os crimes resultaram de um confronto entre a facção Comando Classe A (CCA) e o Comando Vermelho (CV). O massacre se iniciou por volta das 7 horas, quando líderes do CCA atearam fogo em uma cela que pertence a um dos pavilhões do presídio, onde ficavam membros do CV. Dois agentes prisionais chegaram a ser tomados como reféns, mas foram liberados, sem ferimentos.

Segundo o Ministério da Justiça, a autorização para a atuação da força-tarefa será publicada na edição desta quarta-feira (31) do Diário Oficial da União. Atualmente, uma outra força-tarefa já atua no Estado de Amazonas, onde 15 presos morreram em maio após confronto no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).

Avaliação

A crise no Pará também levou o representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, a pedir nesta terça-feira que o tribunal avalie o repasse a aplicação de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) desde 2016, com destaque para os investimentos feitos na construção, reforma e ampliação de estabelecimentos prisionais. Furtado também quer que o tribunal analise as ações realizadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas no que diz respeito às prisões provisórias.
O TCU fiscaliza a aplicação de recursos públicos federais. Na representação apresentada ao TCU, Lucas Rocha Furtado destacou que o "sistema prisional brasileiro tem apresentado um número de presos muito maior do que o de vaga", o que leva a "situações de rebeliões e mortes nos presídios brasileiros, por vezes, impactando, até mesmo, na segurança dos agentes penitenciários". Para o subprocurador-geral, o episódio em Altamira é um "exemplo expressivo" dessa situação.
"Pelo que se nota, recursos públicos de montantes expressivos são destinados para a promoção do melhoramento do sistema penitenciário brasileiro, porém, apesar dessa finalidade, as notícias, reiteradamente, apresentam situações de rebeliões que me fazem crer que esses recursos públicos não estão sendo empregados com a finalidade adequada ou não estão sendo efetivos, no sentido de não produzir o efeito real esperado na aplicação dos recursos", escreveu Rocha Furtado.

Linha Camaragibe/Macaxeira ganha 18 ônibus com ar condicionado

Os novos ônibus começarão a circular a partir desta quinta-feira (1)

Do total da nova frota, nove veículos são especiais articulados e outros nove são especiais pesados / Foto: Divulgação/Frente de Luta
Do total da nova frota, nove veículos são especiais articulados e outros nove são especiais pesados
Foto: Divulgação/Frente de Luta
JC Online

Passageiros da linha TI Camaragibe/TI Macaxeira contarão com novos ônibus com ar condicionado a partir desta quinta-feira (1). Ao todo, serão implementados 18 veículos com o equipamento à frota existente.
Os novos ônibus contarão com portas dos dois lados e pertencem a empresa Mobibrasil. Do total da nova frota, nove veículos são especiais articulados e outros nove são especiais pesados, além de um carro reserva.

O anúncio da circulação dos veículos veio após um requerimento da Frente de Luta Pelo Transporte Público. O grupo protocolou um pedido de esclarecimento, junto ao Conselho superior de Transporte Metropolitano (CSTM), alegando que os ônibus estavam parados na garagem da Mobibrasil sem justificativa oficial.

Outro caso de veículos com ar condicionado parados

Em março deste ano, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) convocou o Grande Recife Consórcio de Transporte e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) para se pronunciar sobre a denúncia de 60 ônibus com ar-condicionado parados nas garagens das empresas Caxangá e Metropolitana. Na ocasião, a denúncia também foi feita pelo grupo Frente de Luta. Após também reunião na CSTM, os ônibus começaram a rodar em Maio.

Funcionários que abastecem caixas 24 horas iniciam greve nesta sexta

A empresa responsável acusou a decisão do sindicato de arbitrária

A empresa informou que não há risco de desabastecimento dos caixas eletrônicos 24 horas da região / Foto: Divulgação/TBForte
A empresa informou que não há risco de desabastecimento dos caixas eletrônicos 24 horas da região
Foto: Divulgação/TBForte
JC Online

Funcionários da TB Forte, empresa de transporte de valores e segurança responsável por abastecer os caixas 24 horas na Região Metropolitana do Recife (RMR) e em outras regiões de Pernambuco, anunciaram que irão entrar em greve a partir da próxima sexta-feira (2). A nota foi divulgada nesta terça-feira (30) pelo Sindicato dos Trabalhadores Vigilantes e Empregados de Empresas de Transporte de Valores e Escolta Armada do Estado de Pernambuco (SNDFORT-PE).
A TBForte é gestora da rede de caixas eletrônicos - Banco 24Horas, com mais de 23 mil pontos de atendimento em todo o Brasil. De acordo com o SINDFORT-PE, a empresa é a única que realiza o serviço de abastecimento dos caixas eletrônicos 24 horas no Grande Recife, além de realizar o mesmo serviço para outros bancos privados. Ainda segundo o sindicato, a paralisação é motivada pelo descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e a demissão do delegado de base no Estado, que não teve nome informado.
A reportagem do Jornal do Commercio entrou em contato com a TBForte, que negou o descumprimento das determinações da CCT e acusou a decisão do sindicato de arbitrária. A empresa não se pronunciou sobre o afastamento do delegado da base.

Desabastecimento dos caixas

Apesar da greve, a TBForte informou que não há risco de desabastecimento dos caixas eletrônicos 24 horas da região e também diz que a decisão do sindicato não tem adesão dos funcionários da empresa. Confira a íntegra da nota:
“A TBForte informa que respeita as determinações da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e participa constantemente de grupos de trabalho que reúnem sindicatos e entidades patronais, sempre com o objetivo de compartilhar as melhores práticas trabalhistas para o setor.
A empresa reforça que não há qualquer risco de desabastecimento dos caixas eletrônicos da região. Vale ressaltar ainda que a decisão do sindicato foi arbitrária, tomada em uma assembleia realizada na noite de ontem (29), com apenas nove pessoas, e que não tem a adesão dos funcionários da TBForte.”

Veterinária é morta dentro de carro em Igarassu

A mulher de 34 anos teria tentado fugir de um assalto, na manhã desta terça-feira (30), e foi baleada no pescoço

A princípio, o crime contra Nathalia está sendo tratado como latrocínio / Reprodução/Facebook
A princípio, o crime contra Nathalia está sendo tratado como latrocínio
Reprodução/Facebook
JC Online

Uma veterinária de 34 anos foi morta dentro do carro que dirigia em Igarassu, Região Metropolitana do Recife (RMR), na manhã desta terça-feira (30). De acordo com informações iniciais da Polícia Civil, a mulher, identificada como Nathalia Regina  Magalhães, tentou fugir de um assalto. A princípio, o caso está sendo tratado como latrocínio.
O crime ocorreu por volta das 7h50, em uma estrada de terra, em Monjope. Em um carro modelo Duster, Nathalia, ao lado de um companheiro de trabalho, estava a caminho de uma granja quando foi abordada por dois homens armados que anunciaram um assalto e ordenaram a parada. Os suspeitos estavam do lado de fora de uma Parati de cor prata. Em uma tentativa de fuga, a veterinária acabou sendo baleada.


Segundo a polícia, mesmo ferida, a mulher ainda conseguiu dirigir mais alguns metros pela estrada, mas acabou interceptada pelos criminosos, que estavam na Parati. A polícia acredita que nesse momento ela ficou inconsciente. O rapaz que estava no carro de Nathalia foi ameaçado de morte e saiu correndo e se escondeu em meio a vegetação. Quando conseguiu, ele acionou a Polícia Militar pelo celular.
A chave do carro de Nathalia estava dentro do porta-malas do carro dela. De acordo com a polícia, seria uma estratégia dos suspeitos para dificultar que alguém conseguisse socorrer a vítima ou ir atrás deles.

Investigação

O carro que teria sido utilizado pelos criminosos, com uma bolsa e documentos que pertenceriam a vítima, foi encontrado no quilômetro 32 da BR-101 pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Durante a fuga, eles teriam capotado o veículo.
PRF/Divulgação
O sobrevivente do crime afirmou ter visto dois homens sem capuz. Na hora que o carro capotou, testemunhas disseram que viram três pessoas saindo do carro.  
O corpo de Nathalia foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, área central do Recife.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela 6ª Delegacia de Polícia de Homicídios (6ªDHP).

Leia a nota da Polícia Civil:

A Polícia Civil informa que instaurou inquérito policial e está investigando para identificar os suspeitos do Latrocínio de Nathalia Regina Magalhães, 34 anos, ocorrido na manhã desta terça(30/07), em Igarassu. De acordo com informações iniciais, a vítima estava em seu veículo quando foi abordada por dois desconhecidos que anunciaram, na ocasião, ela possivelmente reagiu ao assalto e foi atingida com um tiro no pescoço e continuou dirigindo. Os suspeitos seguiram o veículo e chegaram a parar novamente o veículo da vítima. Nathalia não registiu ao ferimento e foi à óbito. O delegado André Luna foi ao local do crime que será investigado pela 6ªDHP.

Bolsonaro improvisa e fala em mudar regras de trabalho análogo à escravidão

O secretário especial da Previdência e do Trabalho, Rogério Marinho, explicou que o encaminhamento da proposta precisa passar por deputados e senadores

Presidente citou o assunto durante evento para anúncio de mudanças em normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. / Foto: Alan Santos/PR
Presidente citou o assunto durante evento para anúncio de mudanças em normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho.
Foto: Alan Santos/PR
Estadão Conteúdo 

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) se antecipou à equipe e falou nesta segunda-feira (30), da intenção de mudar as regras que envolvem trabalho análogo à escravidão, questão polêmica que precisa passar pelo aval do Congresso. Ele citou o assunto durante evento para anúncio de mudanças em normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho.
O secretário especial da Previdência e do Trabalho, Rogério Marinho, explicou que o encaminhamento da proposta precisa passar por deputados e senadores. "Sim (teria que ser projeto de lei). Até porque isso tem que ser fruto de uma operação do Legislativo", esclareceu após a fala do presidente.


Em seguida, a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ponderou que o projeto ainda está em discussão e não há uma "formatação do texto". "Há uma ideia para evitar excessos", disse a parlamentar.
Ela deixou claro que uma eventual proposta com mudanças nas regras sobre trabalho análogo à escravidão não seria resolvida "do dia para a noite". "É como na Previdência, deve ter uma discussão de um semestre pelo menos."

Joice defende mudanças na punição para empregadores envolvidos com trabalho análogo à escravidão por considerar que existem relatos de "condenações extremas", como a perda de propriedade, por "algo menor", citando como exemplo "o mau uso da caderneta". Em algumas propriedades, há relatos de trabalhadores análogos ao escravo em que os patrões fazem uso de uma caderneta de dívida como forma de submissão.
"Queremos uma Legislação que defensa o trabalhador, mas defenda também o direito à propriedade", disse a congressista. Joice afirma que em alguns casos deveria haver apenas a aplicação de uma multa. "Para tirar a propriedade tem que ter a comprovação de algo muito grave."

O que critica Bolsonaro

Bolsonaro critica a Emenda Constitucional 81 que determina que as propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde for localizado trabalho escravo serão "expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário".

terça-feira, 30 de julho de 2019

Gestão Municipal: Prefeitos podem passar por impeachment?

Após o impedimento de Dilma Rousseff, em 2016, pedidos de afastamento de gestores municipais começaram a surgir. Em PE, pelo menos quatro cidades têm processos em andamento. Fotos: Reprodução/JC
Após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), concretizado em 2016, mesmo ano em que se iniciou o atual mandato de prefeitos e vereadores, pedidos de afastamento de gestores municipais começaram a surgir em vários partes do País. Em Pernambuco, o cenário não foi diferente. Nos últimos anos, administradores de cidades como Camaragibe e Goiana, no Grande Recife, Palmares, na Mata Sul, e Belo Jardim, no Agreste do Estado, precisaram defender-se em processos que pediam a sua saída dos cargos pelos mais variados motivos.

De acordo com a Constituição brasileira, todos os membros do Poder Executivo estão sujeitos a sofrer processos de impeachment, que podem ser solicitados ao Legislativo por qualquer cidadão. A denúncia contra o gestor deve ser apresentada à Câmara dos Deputados (no caso do presidente e do vice-presidente da República), à Assembleia Legislativa (se for direcionado ao governador ou ao vice-governador) ou à Câmara Municipal (se o alvo for o prefeito ou o vice-prefeito) e conter provas de que o denunciado cometeu as irregularidades que embasam o pedido de afastamento.

Nos casos de queixas apresentadas contra administradores municipais, os vereadores decidem se as acatam ou não através de uma votação. Se a denúncia for aprovada, uma Comissão Especial é criada para verificar se houve, ou não, crime de responsabilidade. Caso a comissão ateste a irregularidade, o gestor terá a oportunidade de se defender e, após isso, é realizada a segunda votação da matéria, que precisa ser aprovada por 2/3 da
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Pernambuco (OAB-PE), Bruno Baptista, uma maior politização da população–provocada em muito por manifestações populares como as de 2013, por exemplo – pode ajudar a explicar o crescimento no número de pedidos de cassação de prefeitos no Brasil. “A meu ver, a população está cada vez mais intolerante com os chamados crimes de responsabilidade, com a má gestão dos recursos públicos e com a corrupção. E o impeachment é isso. A tramitação depende da Câmara dos Vereadores, mas ele pode ser provocado pela denúncia de qualquer cidadão, isso é o que vem contribuindo para esse aparente aumento dos pedidos de afastamento”, pontuou Baptista.

Mas se é tão fácil protocolar um processo de impeachment contra um prefeito, como evitar que um gestor impopular perca o mandato por questões meramente políticas? De acordo com a cientista política Priscila Lapa, professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho), a fiscalização desses processos por parte do Ministério Público e pelo Poder Judiciário é fundamental para que distorções neste instrumento constitucional não acabem por banaliza-lo. “O impeachment é um instrumento político, seja no município ou na esfera federal. Nesse caso, a atuação do Ministério Público e do Judiciário é essencial para que esse viés político não seja a única variável determinante nos casos de pedidos de cassação de mandatos de prefeitos”, ressaltou a docente.

Para José Patriota, prefeito de Afogados da Ingazeira e presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), tanto a escolha dos representantes quanto a manutenção dos eleitos no cargo, são fatores que constituem o Estado como democrático. “Isso é um instrumento da democracia, de condição, de penalidade daqueles que cometeram irregularidades, ilegalidades e abusos. Isso a gente não tem nem que se acostumar e nem achar bom, mas ao mesmo tempo sinalizar para as instituições que tem limite para todos nós. Nas nossas atividades de qualquer categoria, na nossa função pública também, assim é um servidor público. Do mais simples ao mais graduado”.

Mesmo já em ano pré-eleitoral, nas Câmaras, as cassações dos prefeitos continuam em tramitação. Para o cientista político Vanuccio Pimentel, a discussão no próximo pleito pode ser afetada. “Se nacionalmente as coisas estavam bem, então o prefeito nacionalizava o debate municipal, para, vamos dizer assim, escapar um pouco dos perrengues que o município viveu”.
Contrato de lixo e comissionados

Na Região Metropolitana do Recife, duas Câmaras Municipais acataram, em 2019, denúncias contra os chefes do Executivo local: Goiana e Camaragibe. No primeiro caso, o prefeito Osvaldo Rabelo Filho (MDB) e seu vice, Eduardo Honório (MDB), foram acusados de cometer irregularidades na contratação da empresa que faz a coleta de lixo da cidade.
“O teor da denúncia do advogado Tarcízio Chaves, protocolada no dia 10 de julho, se prende ao rito contratual no processo de licitação feito com a Locar Saneamento Ambiental, responsável pela limpeza urbana de Goiana. Lá, ele mostra que os gestores desobedecem as leis referentes aos contratos de licitação”, afirmou o vereador Bruno Salsa (DEM), presidente da Comissão Processante.

Dois dias após o recebimento da denúncia, a Câmara de Goiana aceitou, por unanimidade, a abertura do processo de impeachment contra os administradores municipais. Na última sexta-feira (26), o prefeito Osvaldo Rabelo, afastado da prefeitura para tratar um problema de saúde, renovou por mais trinta dias sua licença médica. Ele ainda não foi notificado sobre o processo.
No mesmo dia, Eduardo Honório entregou à Câmara a sua defesa para as denúncias apresentadas ao Legislativo municipal. Entre os argumentos apresentados no documento, estão a afirmação de que a suposta infração cometida pelo prefeito em exercício não seria crime de responsabilidade (portanto não caberia à Câmara de Vereadores julgá-lo). Honório solicita, ainda, a suspeição do vereador Bruno Salsa, o qual é apontado no texto como “inimigo capital dos denunciados”.

Em Camaragibe, o prefeito Demóstenes Meira (PTB) – preso no mês de junho pela Polícia Civil suspeito de envolvimento nas práticas de organização criminosa, fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro – chegou a responder por suposto ato de improbidade administrativa ao exigir que cargos comissionados comparecessem ao show da sua noiva, a então secretária municipal, Taty Dantas, no Carnaval.

No dia 22 de maio, porém, apenas um dia antes da votação da cassação do prefeito, a juíza Anna Regina L. R de Barros, da 2ª Vara Cível da Comarca de Camaragibe, determinou a suspensão do processo atendendo a um pedido da defesa do petebista. O presidente da Câmara de Camaragibe, vereador Toninho Rodrigues (PTB), que havia prometido recorrer da decisão, foi procurado pela reportagem diversas vezes na última semana para informar se o processo ainda poderia ser retomado, mas não retornou às tentativas de contato.

Depois da prisão de Meira, a vice-prefeita Nadegi Queiroz (DC) assumiu a gestão da cidade e realizou uma série de mudanças administrativas, entre elas a demissão de quase 500 cargos comissionados.


Segunda tentativa de afastamento

Nos municípios de Palmares, na Mata Sul, e Belo Jardim, no Agreste, vereadores tentam pela segunda vez consecutiva instaurar a comissão de impeachment contra o chefe do executivo. Outro ponto em comum nos acontecimentos políticos das cidades é que nas duas também estão ocorrendo discussões sobre Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Em Palmares, a CPI dos esportes apurou supostas fraudes e irregularidades em convênios e contratos celebrados com a liga desportiva. De acordo com a relatora da comissão, vereadora Ray do Quilombo (PSL), o resultado da apuração da investigação foi encaminhado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). “Também foi solicitado no relatório o pedido de abertura de cassação do prefeito e a solicitação do encaminhamento do relatório e das provas que é o processo do relatório”, explica.

Procurada, a Prefeitura de Palmares comentou o assunto por meio de nota. “Todos os atos do Prefeito Municipal de Palmares sempre foram pautados na legalidade, não podendo, de maneira indevida, imputar ao mesmo supostos fatos inexistentes e que, mesmo que existissem, não seriam de responsabilidade do mesmo”, diz um trecho.

Esta não é a primeira CPI enfrentada pelo prefeito Altair Júnior (MDB). Neste ano, após a conclusão da Comissão que apurou supostas irregularidades cometidas pelo gestor no repasse de pagamentos de empréstimos consignados, o prefeito chegou a ser afastado por 90 dias a pedido da Câmara de Vereadores. Na época, o relator da CPI e autor da proposição de cassação do mandato do prefeito, havia sido o vereador Luciano Júnior (PV).

“Quando fiz o pedido de afastamento temporário, eu fiz também o pedido de cassação dele. Aí foi sorteado uma comissão processante, começaram os trabalhos, mas sob liminar ele conseguiu suspender os trabalhos e voltou ao cargo”, explica Luciano sobre o cancelamento da primeira comissão de cassação.

Após o recesso legislativo, os parlamentares votam novamente o pedido de cassação do prefeito e, caso a oposição consiga alavancar os dez votos necessários, uma nova comissão de impeachment é instalada no município.

No Agreste, Belo Jardim também está caminhando para sua segunda CPI, que também pode resultar em uma outra comissão de impeachment. No ano passado, vereadores já instalaram uma CPI para investigar supostos funcionários fantasmas. Em abril de 2018, o processo de impeachment do prefeito Hélio dos Terrenos (PTB) foi anulado pela Câmara sob alegação de desrespeito ao trâmite do processo na Casa Legislativa. “Nós pedimos a CPI, mas ainda não foi instalado porque a presidência fez uma interpretação do regimento interno de que eu sendo autor do pedido de CPI – que está endossado por cinco vereadores – não poderia ser membro da comissão, e nós discordamos. Por isso, está em análise essa questão”, explica o vereador Nilton Senhorinho (PSB). De acordo com ele, os resultados da atual investigação da CPI que quer apurar o uso dos recursos do Fundeb, “podem servir tanto para o impeachment quanto ao Ministério Público com informações já detalhadas”.

A prefeitura de Belo Jardim foi procurada, mas não se posicionou.

CRLV 2019 é obrigatório a partir de quinta para placas com final 6, 7 e 8

Para que o CRLV 2019 seja emitido, o proprietário deve ter feito o pagamento de taxas

Circular sem portar o CRLV é infração gravíssima, no valor de R$ 293,47 e acarreta a remoção do veículo para o depósito / Foto: Divulgação/Detran-PE
Circular sem portar o CRLV é infração gravíssima, no valor de R$ 293,47 e acarreta a remoção do veículo para o depósito
Foto: Divulgação/Detran-PE
JC Online

Apesar do vencimento do valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), mesmo com parcelamento, ter sido até o mês de abril, os condutores têm um prazo em que poderão circular com o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) de 2018. Os veículos com placas terminadas em 6, 7 e 8 poderão circular com o CRLV 2018 até esta quarta-feira (31) e os com placas finalizadas em 9 e 0, até agosto.
Para que o CRLV 2019 seja emitido, o proprietário deve ter feito o pagamento do IPVA, taxas de bombeiros, seguro obrigatório (DPVAT) e das possíveis multas vencidas até a data do prazo limite do calendário, de acordo com o final da placa. Os donos dos veículos tiveram opção de receber o CRLV em casa, após pagarem a taxa de postagem, no valor de R$ 18,04, ou por meio de agendamento de atendimento para emissão do documento no site do Detran-PE.
É importante lembrar que circular sem portar o CRLV é infração gravíssima, no valor de R$ 293,47 e acarreta a remoção do veículo para o depósito.

IPVA

Os donos dos veículos tiveram até o mês de fevereiro para pagar, em cota única, o IPVA 2019. Os que optaram por este tipo de pagamento obtiveram um desconto de 7% no valor do imposto. Já para os que escolheram parcelar em três vezes, independentemente do número final da placa do veículo, tiveram as parcelas divididas entre os meses de fevereiro, março e abril.
O Detran-PE alerta que, as pessoas que não pagaram o IPVA dentro do prazo não têm a opção de receber o CRLV em casa. É preciso que o proprietário agende, em alguma unidade do Detran, para buscar o documento. Além disso, o órgão reforça que o certificado não fica pronto no mesmo dia, ou seja, o condutor deve se programar para antes da data de vencimento do seu CRLV 2018.

'Sou contra cobrar mensalidade em universidades federais', diz Weintraub

Na avaliação do ministro, é preferível dar autonomia às universidades porque isso traria benefícios concretos "muito maiores" do que a cobrança de quem tem recursos

Ministro acredita que a medida não trará benefícios práticos, já que apenas 10% dos alunos universitários seriam capazes de arcar com o custo / Foto: Valter Campanato/ABr
Ministro acredita que a medida não trará benefícios práticos, já que apenas 10% dos alunos universitários seriam capazes de arcar com o custo
Foto: Valter Campanato/ABr
JC Online

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou na manhã desta terça-feira, 30, que é contra a cobrança de mensalidade para alunos de alta renda em universidades federais porque "essa é uma medida que não trará resultados práticos, uma vez que, em média, apenas 10% dos alunos das federais teriam condições de arcar com essa mensalidade". A afirmação do ministro foi feita em entrevista à Rádio Gaúcha.
Na avaliação do ministro, é preferível dar autonomia às universidades porque isso traria benefícios concretos "muito maiores" do que a cobrança de quem tem recursos. "O debate que eu gostaria de fazer é os seguinte: se a graduação de um aluno de uma (universidade) federal é de, em média, R$ 450 mil para o pagador de imposto, porque não chegamos para esse aluno e dizemos que daremos a ele R$ 300 mil para se formar onde ele quiser". Para ele, essa seria uma maneira de economizar o dinheiro do pagador de impostos e o estudante conquistar o seu diploma.

Creches

Weintraub foi questionado na entrevista sobre a meta de colocar 1,7 milhão de crianças nas creches. Segundo ele, para que a meta seja batida, são necessários R$ 3,5 bilhões anuais. "Esse é o custo de uma das maiores universidades federais do País, sendo que temos mais de 60. Quantos alunos atende uma universidade federal? 40 mil? Não é possível que o orçamento de uma universidade, apenas, custe mais do que o que custaria bater a meta de crianças na creche", disse o ministro.
Para ele, também é chocante que o custo de um diploma em universidade pública "seja de R$ 450 mil, enquanto nas melhores universidades privadas do País o custo de uma graduação não chegue à metade disso".

Novo Fundeb

O ministro foi enfático ao dizer que o novo Fundeb distribuirá renda com base em resultados. "Só Estado pobre recebe os recursos, o que é uma distorção porque você tem cidades ricas em Estados pobres recebendo dinheiro e, em contrapartida, municípios pobres em Estados considerados ricos, como o Rio Grande do Sul, sem receber nada", comentou.
Weintraub deu o exemplo de "uma governadora que veio aqui no MEC pedir mais recursos para a educação e eu lhe perguntei: minha senhora, cadê os resultados?". De acordo com o ministro, ela teria respondido que não interessavam os resultados, e sim os recursos. Embora não tenha citado nominalmente, a única governadora do Brasil é a petista Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte.

Programa Mestre Artesão

O ministro ainda informou que "muito em breve" o MEC lançará o programa Mestre Artesão, "mais uma coisa para desconstruirmos dos esquerdófilos, de que o trabalho manual não é digno". O programa buscará capacitar mestres artesãos, "pessoas que têm conhecimento avançado sobre alguma atividade e que podem treinar aprendizes, ampliar o número de empregos e melhorar a educação". Weintraub não deu mais detalhes sobre o programa, mas disse que o mesmo será lançado em breve.

Bolsonaro diz respeitar Lei da Anistia mas questiona Comissão da Verdade

Declaração foi feita após ataque de Bolsonaro contra o presidente da OAB, que teve o pai desaparecido durante o Regime Militar

Segundo a CNV, Fernando Santa Cruz foi preso por agentes do DOI-CODI / Foto: Agência Brasil
Segundo a CNV, Fernando Santa Cruz foi preso por agentes do DOI-CODI
Foto: Agência Brasil
ABr

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (30), em Brasília, que vai respeitar a Lei da Anistia de 1979 e não pretende “mexer no passado”. Perguntado por jornalistas se vai contestar a versão oficial da Comissão Nacional da Verdade (CNV) sobre a morte do advogado Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, Bolsonaro questionou o trabalho realizado pelo grupo.
“Você acredita em Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas pela Dilma [Rousseff, ex-presidente, que também foi presa durante a ditadura militar]. Não é contestar. Se gastou mais de R$ 5 bilhões, dinheiro público do povo que trabalha para dar para quem nunca trabalhou. Você acha justo que a gente tem que continuar? Eu não pretendo mexer no passado, eu pretendo respeitar a Lei da Anistia de 79”, disse.

Comissão Nacional da Verdade

Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) aponta que o corpo de Fernando Santa Cruz foi transportado da chamada Casa da Morte, um centro clandestino de tortura e assassinato, localizado em Petrópolis (RJ), para a Usina Cambahyba, no norte fluminense, local onde teria sido incinerado, junto com corpos de outros militantes políticos contrários ao governo militar. A informação estaria baseada no depoimento do ex-delegado do DOPS/ES, Cláudio Guerra, em 23 de julho de 2014. Segundo a CNV, Santa Cruz foi preso por agentes do DOI-CODI/RJ em 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro, mas os órgãos oficiais do regime não admitiram sua prisão alegando que o advogado estava foragido.