Religião Brasileira
Umbanda: um dia para celebrar e lutar contra a intolerância religiosa
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O Dia Nacional da Umbanda é celebrado neste 15 de novembro juntamente com a Proclamação da República. Mas você sabia que a religião é a primeira brasileira.Foto: Alexandre Auler / JC Imagem
A data tem uma razão de ser: de acordo com os Umbandistas, essa teria sido o dia em que a religião foi fundada. Em 2012 a ex-presidente Dilma Rousseff transformou a celebração em lei.
O sincretismo religioso é uma característica forte da Umbanda: elementos do cristianismo, espiritismo e religiões de matriz africana fazem parte dos rituais e da crença no geral.
De acordo com a professora do Departamento de História da Universidade Católica de Pernambuco, Zuleica Dantas, essa mistura de crenças faz parte do Brasil. “A Umbanda é a própria religião híbrida e o sincretismo faz parte da Cultura Brasileira, porque a nossa própria construção foi baseada em três povos: índios, europeus e negros”, explica a professora.
Já o carnavalesco Jéfferson Dos Santos acredita que o sincretismo esteve presente desde o princípio como forma de despistar a intolerância religiosa. “No tempo da perseguição, os terreiros usavam a imagem de Nossa Senhora da Conceição para representar Iemanjá, por exemplo. Santa Bárbara era Oya, Nossa Senhora do Carmo, Oxúm e São Jorge, Ogum”, explica Jéfferson que também é Zelador do terreiro Ylé Obá Olufãn Deyn.
No que consiste a Umbanda?
Tudo começou quando Zélio Fernandino, um jovem do Rio de Janeiro, incorporou a entidade Caboclo das Sete Encruzilhadas em 1907/1908. O Caboclo teria profetizado todo o culto umbandista em uma mesa espirita.
O espírito do Caboclo estabeleceu regras como a prática da caridade e disse que velhos espíritos de negros, os pretos velhos, e índios trabalhariam ajudando as pessoas na terra.
Crenças
Existem várias versões e práticas da Umbanda, mas entre todas elas existe alguns pontos em comum como a crença nos Orixás, a imortalidade da alma, a reencarnação e a crença em um deus: Olorum ou Zambi.
Além desses preceitos, os umbandistas também acreditam na necessidade da prática da mediunidade e em valores como a fraternidade e a Lei do Retorno (quem faz o bem recebe o mesmo)
Preconceito religioso
Assim como todas as religiões de matriz africana, a Umbanda também é alvo do preconceito de muitos, mas os que acreditam nesta crença brigam por reconhecimento. “A gente luta contra a intolerância religiosa pedindo forças aos nossos Orixás, nossos Caboclos. Pedimos força para seguir em frente e para que o preconceito não seja maior que a nossa fé e amor”, encerra Jéfferson.
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