quarta-feira, 29 de junho de 2016

Governo planeja novas estações de BRT na Boa Vista

Antes mesmo das seis paradas atuais ficarem prontas, outras duas estações estão em estudo

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Leo Motta/Folha de Pernambuco
Obra do Corredor Leste-Oeste na avenida foi iniciada em fevereiro de 2014
Antes mesmo de as seis estações que vinham sendo construídas pa­ra o BRT na Conde da Boa Vis­­ta terem as obras retomadas, o Governo do Estado já tem outros planos para a avenida. Está em estudo a implantação de mais duas estações, essas com características que respei­­tem as premissas do sistema, como a do embarque e de­­­sembarque em nível. Com isso, as atuais estruturas, que tiveram a construção parada há mais de um ano, passariam a servir para ônibus convencionais. A viabilidade do projeto, porém, depende de recur­­­sos e não está garantida.

A ideia de erguer as seis estações surgiu em 2013, como uma forma provisória de acomodar o BRT na via a tempo para a Copa do Mundo. Paradas convencionais foram demolidas para dar lugar às no­­vas estruturas, que seriam fechadas e teriam catracas para permitir o pagamento antecipado da tarifa.
Apesar do formato diferencia­­­do, não possibilitariam o embarque em nível e não seriam refrigeradas, como as outras 15 que já funcionam em trechos do Corredor Leste-Oeste. Quando as obras foram paradas por envolvimento da cons­­tru­­tora responsável na Ope­­ração  Lava-Jato, as estações vi­­raram o retrato do abandono. Foram ocupadas por moradores de rua. A solu­­ção só veio com a co­­­locação de tapumes, no início deste ano. Segun­­­do a Secretaria das Cidades, a retomada das obras ocorrerá após o lançamento de uma nova licitação, o que é previsto para janeiro de 2017.

O destino desses pontos depende da concretização das outras duas estações. Se isso não ocorrer, eles atenderão ao BRT, como já estava previsto. Se o projeto sair do papel, as seis estruturas provisórias passarão a atender ônibus convencionais.
“Não vai ha­­ver prejuízo para o Estado. O que pode acontecer é essas estações não serem usadas por BRTs, e sim por ônibus convencionais, se o que está em estudo for viabilizado. Mas as seis estações que tiveram a construção iniciada se­­­rão concluídas”, garante o diretor de operações do Grande Recife Consórcio, André Melibeu.

A implantação das duas estações definitivas para o BRT está na fase de discussão com outros órgãos envolvidos, co­­mo a Secretaria Municipal de Mobilidade e Controle Urbano e o Instituto Pelópidas Silveira, já que as estruturas ficariam no meio da  Conde da Boa Vista e interfeririam na requalificação finalizada pela Pre­­­­­­feitura do Recife em 2008, a um custo de R$ 14 milhões. “Para a operação do BRT, seria fantástico se saíssem do pa­­pel”, complementa Melibeu.

Na avenida, a possibilidade é vista com desconfiança. “O que incomoda é só pensarem nisso depois que se gasta dinheiro. Nem terminaram es­­­sas estações e já se pensa em outras”, afirma o soldador Jo­­­sé Silva, 57. Em todo o Leste-Oeste, já se investiu 80% dos R$ 169 milhões previstos.

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